Giovanna
Eu não cheguei a sonhar com esse momento. Mas se tivesse sonhado com certeza não seria assim. Um casamento sem amor e por obrigação. Penso enquanto fito com desgosto o exuberante vestido de noiva arrastando-se pelo piso lustroso do imenso quarto de hóspedes da mansão Castellini. No topo da minha cabeça tem uma grinalda amparada por uma delicada coroa de estrasses. E uma maquiagem que desenha o rosto de uma linda mulher que não sou.
A porta do quarto se abre no mesmo instante que respiro fundo para conter uma lágrima e Andreas passa por ela, vestindo um smoking negro e gravata borboleta. A imponência da sua presença ainda rouba o meu fôlego. Contudo, mantenho-me imparcial.
— Você está muito linda! — Ele sibila aproximando-se devagar. Os seus olhos devoradores passeiam deliberadamente pelo meu corpo, parando por alguns segundos no decote tomara que caia que infla o meu busto, deixando-os ressaltados. E por fim, o seu olhar encontra o meu. — Eu trouxe algo para você — diz, enfia