3

Giovanna

— Você não tem medo de lobos-maus, menina?

Garotinha?

Menina?

Quantos anos ele pensa que eu tenho?

Sinto o meu sangue italiano falar mais alto com esse seu ataque idiota e atrevido. Portanto, chego ainda mais perto dele, olho dentro dos seus olhos e as palavras escapam da minha boca como se fossem larvas incandescentes saindo de dentro de um vulcão.

— Digamos que eu gosto de viver no perigo. — Um som rouco, sensual e sedutor passa pela minha garganta.

Sim, o estou o provocando. É a coisa mais maluca que já fiz na vida. É como mexer com um vespeiro mesmo sabendo que isso vai te trazer dores mais tarde. Contudo, não consigo evitar de avançar no meu ataque. E isso faz as suas retinas escuras se dilatarem sobremaneira. Seus lábios se comprimem em uma linha fina, firme e rígida, porém, ele solta um ar sutil pela boca. Contudo, ele inclina um pouco a sua cabeça na direção da minha orelha outra vez e o calor que vem da sua boca me causa sérios arrepios, fazendo-me reter a respiração dentro dos meus pulmões.

— Você não devia provocar um homem como eu, garotinha.

Sua voz antes grossa e fria sai rouca e arrastada, igualmente a um doce cheio de veneno, que escorre pela garganta feito o mais viscoso mel. E eu sei, não posso confiar nesse homem. Nem mesmo entregar-lhe a minha vida em suas mãos. Contudo, o seu tom faz um estranho reboliço desconcertado dentro de mim e assustada com a reação do meu corpo, penso em livrar-me do seu agarre e me afastar dele de vez. Entretanto, por algum motivo continuo parada e esperando ele terminar.

— A não ser que você tenha algum fetiche de sexo a três.

PUTA. QUE. PARIU! Solto um rosnado mental.

Então ele se afasta e o seu olhar agora feroz aprisiona o meu. Na sequência, um esboço de um sorriso presunçoso se desenha no canto dos seus lábios e rouba a minha capacidade de pensar em uma resposta à altura. Ele se afasta e ergue um par de sobrancelhas petulantes para mim.

— Foi o que pensei — retruca e me dá as costas.

Droga, a minha única oportunidade de ferrar com a família Vescari está indo em bora e eu não sei o que fazer.

Sexo a três? Não sei se estou disposta a fazer isso. Merda! Rosno mentalmente e me apavoro ao ver a minha única chance de vingança ir embora.

— Espere! — Me pego dizendo e me repreendo no mesmo instante. Contudo, ele para e se vira para me olhar.

Bufo sem emitir som.

Você precisa se mexer, Giovanna. Precisa dizer alguma coisa, ou ele terá a certeza de que você não passa de uma pirralha assustada. Coisa que você não, certo? Aconselho-me.

— Que tal uma bebida? — Dou alguns passos na sua direção. Em resposta, ele enfia as suas mãos dentro dos bolsos de suas calças.

— Você tem certeza de que quer se envolver comigo?

Outra provocação... ou seria um blefe?

— Desde que você não é um assassino em série. — Brinco, mas ele permanece sério, talvez um pouco mais rígido. — Estou brincando. — Sorrio, mas os seus lábios se enrijecem em uma linha fina.

Reviro os olhos.

— É só uma bebida — retruco e dou de ombros, ampliando o meu sorriso.

Contudo, ele faz um gesto positivo com a cabeça e no segundo seguinte, a sua mão se espalma na base da minha coluna. Minha respiração se altera quando ele começa a me guiar para dentro da antessala e me sinto em chamas só de estar perto dos assassinos do meu irmão.

E que comece o jogo! Penso em um misto de nervoso e determinação, certa de que de agora em diante não serei mais a Giovanna Fontana de sempre. Eu tenho um objetivo e vou lutar para conquistá-lo.

— O que você quer beber, menina? — O escuto perguntar e o seu timbre firme me faz desviar os meus olhos curiosos das pessoas ao meu redor para fitá-lo.

— Ah... pode ser um uísque duplo e sem gelo, por favor! — Suas sobrancelhas se erguem em surpresa.

— Não é uma bebida muito forte para uma garota como você? Que tal um daqueles drinques coloridos de mulheres?

— Não, eu prefiro algo mais forte, por favor! — Em resposta, ele faz um gesto para o garçom atrás de um balcão de vidro fosco.

— Um Macallan duplo e sem gelo para mim. E... me traga uma taça daquela bebida colorida para essa moça aqui — ralha com desdém e automaticamente faço um O desconcertado.

— Ei, eu disse... — O idiota ergue um dedo em riste para mim.

— Preciso que esteja sóbria para o que vamos fazer essa noite, Chapeuzinho Vermelho.

Meu coração erra o seu compasso.

— Uau, ela é muito linda, Andreas! — Uma voz feminina e melodiosa se sobressai ao som alto. Mas é o toque audacioso da garota na minha coxa que me faz encará-la. Um sorriso cheio de luxúria se abre em meio a um batom estupidamente vermelho e me pergunto se o tal sexo a três envolve mulheres na sua cama? — Meu nome é Francesca e você é a...

— Ah, eu me chamo Giovanna.

— Hum, Giovanna. — Ela experimenta o meu nome. — Eu gostei do nome dela, Andreas. — A garota chega mais perto, exatamente atrás de mim e automaticamente Andreas se aproxima pela frente, abrindo as minhas pernas para se encaixar no meio delas.

Droga, sinto que serei jogada dentro de um inferno em breve.

— Sua bebida. — Andreas diz, me estendendo uma taça com um líquido colorido e um guarda-chuva enfeitando a sua borda. Não penso duas vezes e entorno a bebida como se ela fosse água.

Porra! Rosno mentalmente quando o álcool desce queimando a minha garganta e o gosto levemente amargo se mistura ao doce, e me faz engasgar.

— Não é melhor ir com calma, gata? — Ela sussurra ao pé da minha orelha.

— Eu preciso de mais uma. — Dessa vez eu faço um gesto para o garçom e após o meu terceiro copo já estou completamente anestesiada. — Então... Andreas, não é? O que você faz da vida? — Sinto o meu tom de voz mais leve agora.

— Nós viemos aqui para conversar? — Sua indagação é tão fria quando o seu toque firme na minha cintura e na sequência, seus dedos se embrenham em meus cabelos, deixando uma pegada forte lá.

— Eu...

Não consigo concluir a minha frase, porque a sua boca toma a minha em volúpia e a sua língua impiedosa invade a minha boca, roubando o sabor do álcool em meu paladar para si. Seus dedos apertam a minha cintura com uma possessividade ímpar e ele se ajeita, conseguindo mais acesso a mim, fazendo-me sentir a sua protuberância raspar na minha intimidade por cima da minha calcinha.

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