Capítulo 145
Luca Black
O helicóptero sobrevoou. A cidade lá embaixo era um borrão de luzes; dentro, a verdade vinha em caixas, pronta para abrir. Tamy estava amarrada, olhos grandes demais, maquiagem borrada e o rosto sagrando. Parece sempre incrédula ao ser descoberta — gente assim vive na surpresa até o dia em que a surpresa vira sentença.
Quando entrei, ela tentou falar. A voz fraquinha, o mesmo tom de sempre, falsa:
— Luca, espera. Nada é como parece. Eu só... — Como se eu fosse cair nessa. Já dei oportunidade demais pra essa estúpida.
Eu calei ela com as mãos, apertando seu pescoço. Não precisei gritar. O silêncio me serviu como aviso.
— Cala a boca. — Falei curto.
Ajoelhei até ficar cara a cara. O vidro do helicóptero estava frio; apoiei a mão no metal ao lado do rosto dela, para que ela sentisse a distância entre o que fez e a consequência. Esfreguei sua cara no metal do helicóptero.
— Quer me explicar sobre a mensagem com a minha gravata no seu quar