Afrodite Ribeiro
—  Pronto, vai soltar fogos de artifício! —  Falo e escuto ela soltar um gritinho.
— Porra, já estava na hora de vocês
se estenderem. — Mamãe fala. — Eu não aguentava mais ele ligando para o seu pai, pedindo conselho e chorando.
—  Chorando? —  Pergunto querendo saber mais da história.
—  É garota. — Mamãe fala como se fosse óbvio. —  Nos primeiros dias que você saiu  foram tristes, nem parecia o homem que eu conheci.
—  E você só me conta isso agora? —  Pergunto e eu posso jurar ver minha mãe erguendo a sobrancelha e revirar os olhos.
—  E pra que eu iria contar para você, para você voltar com ele por pena? —  Ele pergunta e eu nego.
—  Jamais, você sabe que eu nunca faria isso!  — Falo. —  Mas, seria delicioso e eu iria amar saber que ele estava sofrendo por mim.
—  Deixa de ser ruim, mulher! —  Mamãe fala e eu nego rindo. — Bom, eu não posso falar nada, pois seu pai vive falando que você tem o meu gênio.
Sorrio e fico em silêncio, apreciando esse momento nosso.
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