Felipe
Então, percebo quando ele recua. O som dos passos se distancia, e a porta do apartamento se fecha suavemente. Espero mais alguns segundos antes de parar e soltar um suspiro longo. Me mantenho posicionado, Cesare pode estar tentando me pegar na falha e voltar, mas os minutos passam e ele não retorna.
Vivian me encara, os olhos arregalados.
— Acho que ele acreditou.
Faço que sim com a cabeça, frustrado, duro, doido para me enfiar nela de uma vez.
— Ele acreditou. Agora ele pensa que segui em frente. Isso vai nos dar o tempo que precisamos.
Deslizo para fora da cama e ajusto o lençol sobre ela. Vivian relaxa, mas ainda está com as bochechas coradas.
— Você é bom nisso. Um pouco real demais, talvez. — ela diz, sorrindo levemente.
Dou de ombros, rindo baixinho.
— O teatro é uma ferramenta poderosa. Vamos torcer para que tenha sido suficiente para mantê-lo longe por enquanto.
Enquanto ela se ajeita na cama, fico em silêncio, observo de cima o carro de Cesare se afastando. Mais uma ba