Beatriz
A escuridão é interrompida por sons abafados. O som distante de sirenes se mistura com vozes que
mal consigo distinguir. Minha cabeça lateja, e cada músculo do meu corpo dói, mas a primeira coisa que penso é na Giulia.
Luto para abrir os olhos. Vejo borrões de luzes vermelhas e azuis piscando. Tento me mover, mas uma dor aguda no lado do meu corpo me impede.
— Fique calma, senhora. Você está em segurança agora. — É a voz de um homem, mas não é Rafael.
— Minha filha... — minha voz sai como um sussurro, quase inaudível.
— A equipe médica está cuidando dela. Estamos aqui para ajudar. — Ele parece sincero, mas minha mente ainda está presa na imagem de Giulia desacordada.
Ouço outra voz, firme, autoritária. E então, reconheço a voz do Rafael.
— Onde ela está? Onde está a minha esposa? — Ele soa desesperado, mas sua força habitual ainda está ali.
— Está no carro, doutor Antonelli. Ela está consciente, não toque nela, ainda não sabemos a extensão das lesões.
Em segundos, sinto a su