O som do gelo batendo contra o copo era a única coisa que ecoava na sala silenciosa. Alan Becker encarava o líquido âmbar de seu uísque como se nele estivesse a solução para os dilemas que o atormentavam. Sentado na ampla sala de estar de seu apartamento, ele aguardava Luís Montovany, seu melhor amigo, que prometera aparecer para uma conversa.
Luís chegou minutos depois, trazendo consigo a energia que sempre parecia carregar. Com seu jeito descontraído e falas espirituosas, ele ocupava qualquer ambiente em que entrasse.
— Cara, pelo tom da sua mensagem, achei que fosse me pedir dinheiro ou algo assim, — brincou Luís, jogando-se no sofá. — O que está acontecendo?
Alan soltou um suspiro pesado, passou a mão pelos cabelos e encarou o amigo.
— Eu não sei mais o que fazer, Luís.
— Ok, isso é vago. Especifica aí.
Alan hesitou antes de continuar. — É sobre a Olívia.
Luís arqueou as sobrancelhas e depois riu, como se esperasse que fosse uma piada. Quando percebeu que Alan estava sério, sua exp