(Patricia)
Eu olhei incrédula para a tela do meu celular, sentindo um peso crescente no meu peito. Era quase três da manhã.
Eu estava confusa e ferida, me perguntando o que ele estaria fazendo fora de casa àquela hora. Meu coração disparou, e uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto.
Eu tentei me convencer de que ele estava ocupado com algo importante, talvez uma emergência no hospital. Mas a forma como ele me tratou, me fazia duvidar disso.
— Será que ele está com outra mulher? — A ideia me causava um frio na espinha. Tentei afastar esse pensamento, mas era difícil ignorar.
Respirei fundo e, com o coração pesado, decidi voltar para o apartamento. Cada passo parecia um esforço.
Ao chegar em casa, fechei a porta atrás de mim e encarei o vazio, me sentindo mais sozinha do que nunca. A sensação de rejeição e insegurança estava me sufocando.
Fui para o quarto e, ao invés de deitar, me sentei na beirada da cama. Olhei para a pulseira que Miguel me deu e a toquei com dedos trêmulos.