— De que jeito, Antonieta?— eu fui atrás nervosa.
Antonieta descansou a bandeja com as porcelanas na mesa de apoio, antes de usar a máquina de lavar.
— O Silva, ele vai abrir o bico, nem que eu tenha que… ah, deixa pra lá!
Arregalei os olhos.
— Aquele segurança bonitinho, todo engomadinho? Vai seduzir o rapaz? Não é muito jovem?
Antonieta deu de ombros, aborrecida.
— Nem tanto! Ele tem mais de trinta, eu creio, só não parece ser muito namorador!
— Saliente, você quer dizer!— eu brinquei.
Antonieta estava agitada, mexendo com a louça.
— Eu não completei nem quarenta anos, Silla! Tenho a idade do seu noivo, está me chamando de velha?
Eu ria me divertindo com o jeito dela, parecia encantada pelo rapaz.
— Ele é bonitão, não é mesmo?
— Claro que é, e se não fosse eu olharia para ele?
Fiquei a observar como a Antonieta era bonita. Naturalmente bela, com seus cabelos longos cacheados, presos numa presilha grande discreta que descansa