Eu me afastei procurando os olhos de Antonieta. Eu me sentia tão culpada!
— Antonieta, ele te machucou, foi isso? Tudo isso por minha causa? Não seria melhor desistir de tudo? Não precisa pagar esse preço! Eu vou embora e tudo volta a ser como antes!
— Não!— ela quase gritou.
Eu fiquei surpresa com a reação dela.
— Não tem que sofrer por minha causa, amiga— minha voz saiu embargada.
— Alguém precisa ser feliz— foi o que ela disse, antes de me abraçar novamente.
Eu sabia que ela estava se arriscando por minha causa, pois o chefe da guarda tinha muito poder, mas eu precisava achar um ponto fraco dele, tirar as forças que ele exercia por ser italiano, por estar ali há tanto tempo, desde que Matteo se entendia por gente, quem sabe?
Talvez a resposta para isso estivesse mais perto do que eu pensava.
As duas criadas nos deixaram a sós e foram para o fundo da casa, agitadas, mãos na cintura, procurando com os olhos o autor daquele mal estar todo.