— Amor, está tudo bem? — ele pergunta preocupado.
— Está. — minto, mas tenho certeza que a minha voz me denuncia.
— Meus pais se comportaram? Ou melhor, meu pai se comportou?
— Aham. — minto novamente, mas ao ver que a ruga na testa dele não perguntando, mas dizendo que não acredita, eu resolvo falar. — Ele me odeia, Nick.
Ele fecha a cara completamente. O Nick doce e preocupado se vai e dá lugar a um Nick inexpressivo. Eu sempre costumava saber o que se passava na sua cabeça, mas desde o que aconteceu conosco e com o avô dele, eu não consigo mais.
— Vamos, está na hora do discurso.
Não falo nada, apenas aceno com a cabeça como uma ovelhinha obediente. Ele enlaça o braço com o meu, me conduzindo por entre as pessoas e me deixa a meros dois metros do palanque. Quando ele sobe, eu imediatamente me sinto desconfortável. Algumas pessoas me olham, eu sei, mas mantenho meus olhos nos do Nick.
— Boa noite a todos. — ele saúda bem sério e o burburinho no local cessa.
Nick esquadrinha um papel