Quando Simão voltou para a cama, Clara já tinha adormecido e inconscientemente se aconchegou a ele.
Ela passou um braço ao redor da cintura dele.
Ele se virou de lado, observando atentamente o rosto dela.
O nariz, delicado e empinado; a pele, suave; os cílios, não muito longos, mas densos.
Mesmo com o cabelo curto, havia uma sensação de docilidade enquanto ela dormia.
Ele não resistiu e a abraçou mais forte, inclinando a cabeça para cheirá-la, como se fosse um gato branco.
Clara despertou com o carinho, olhou para o rosto dele e sorriu brevemente.
- Deve ser falso. - murmurou Clara, sonhando, e após dizer isso, voltou a dormir.
Ela se referia à carta que vira naquele dia, afinal, a pessoa estava deitada ao seu lado agora.
Mas esse sorriso fez com que o coração de Simão se sentisse esmagado, uma mistura de dor e formigamento.
- O que é falso? - Ele precisava saber.
Clara abriu os olhos, sonolenta, com uma voz suave disse:
- Você. - Ela esticou a última sílaba, que parecia penetrar nos o