Brigitte
Fernando havia me escrito que precisava me ver para discutir como resolver a questão das ações da Hawks Holding. Não entendia por que havia escolhido um bar tão vulgar para nos encontrarmos, mas lá estava eu, tentando não tocar muito nas superfícies e observando a clientela com uma mistura de desconforto e nojo.
Me sentei num banquinho junto ao balcão, cruzando as pernas e ajeitando o blazer do meu terno. O ambiente cheirava a cerveja rançosa e frituras, algo que me irritava profundamente.
Menos de dez minutos depois, Fernando apareceu, exibindo seu costumeiro terno impecável. Seu olhar varria o lugar com desdém. Aparentemente, o bar também não era do agrado dele.
— Vamos para uma mesa — disse sem se dar ao trabalho de cumprimentar.
O segui até uma mesa mais afastada, um lugar onde pelo menos o barulho era menor e os cheiros não eram tão intensos.
— Que plano você tem? — perguntei enquanto me acomodava, cruzando os braços sobre o encosto da cadeira.
— Vamos beber alguma