ALEXANDER HAMPTON
A descida de ônibus de Machu Picchu até o vilarejo de Aguas Calientes foi feita em um silêncio respeitoso. Minha mão não largou a de Lizzy nem por um segundo.
Eu me sentia leve. A exaustão da trilha, a dor muscular, a falta de ar... tudo parecia ter ficado lá em cima, queimado pelo sol e levado pelo vento durante a cerimônia. Eu me sentia purificado.
Mas, à medida que o ônibus descia as curvas em ziguezague e a altitude diminuía, uma nova sensação começou a tomar conta: a necessidade visceral de conforto humano básico.
Descemos do ônibus na pequena cidade turística, que era cortada por um rio barulhento e trilhos de trem.
— Alex... — Lizzy me chamou, parando na calçada.
— O que foi, amor? — perguntei, preocupado. — Está passando mal?
— Não. É que... eu acabo de avistar a coisa mais sagrada que vi nos últimos quatro dias.
Segui o olhar dela.
Ela estava olhando para a placa de um hotel boutique do outro lado da rua. A placa dizia: "INKATERRA MACHU PIC