ELIZABETH WINTER
— Papai?
A vozinha sonolenta e confusa vinda da escada foi como um balde de água gelada. Congelamos. Alexander, que estava a milímetros de me dar o "beijo de verdade" que eu havia exigido, ficou rígido sobre mim. Meu aperto em seu pescoço afrouxou instintivamente, e minhas pernas, que o prendiam com uma força surpreendente, relaxaram. Droga. Péssimo timing.
Ele se afastou de mim como se tivesse levado um choque elétrico, levantando-se em um movimento rápido e desajeitado. Ele ajeitou a camisa amassada, passando a mão pelo cabelo.
— Orion? — ele chamou, a voz um pouco mais alta e trêmula do que o normal. — O que foi, campeão? Teve um pesadelo?
— Não consigo dormir. — a vozinha respondeu da escuridão do corredor.
Alexander lançou um olhar rápido para mim, um olhar que dizia claramente "não se mexa", antes de ir em direção às escadas.
— Tudo bem, tudo bem. Vamos voltar para a cama. Vou te contar uma história.
Ouvi seus passos subindo as escadas e o som suave de sua voz