DAMIAN WINTER
O silêncio que se abateu na sala após minhas palavras foi quase ensurdecedor. O rosto de meu pai, rígido, se voltou lentamente para Sophie. Os olhos dele faiscavam de incredulidade, mas também de decepção.
— Sophie… É verdade o que ele disse?
Ela empalideceu de imediato, os lábios tremendo, o peito subindo e descendo em respirações curtas.
— Eu… eu não… — tentou balbuciar, desviando o olhar de todos. — Foi a minha mãe… só a minha mãe! Eu não sabia de nada, juro!
Meu pai ergueu as mãos, esfregando o rosto como se tentasse afastar a verdade. A fé nela que sempre carregava agora parecia ruir em pequenos fragmentos.
— Você… deixou a sua mãe envolver o nome da nossa família em lama? — ele pressionou, sem olhar para ela. — Se não a impediu por conivência, foi por incompetência.
Sophie começou a chorar e sacudir a cabeça tentando desesperadamente se defender. Acho que desviei toda a atenção para ela agora.
— Eu não queria! Eu nunca quis prejudicar ninguém! Eu só… eu só n