DAMIAN WINTER
Sai do clube depois de ser dispensado pelo meu pai e entrei no meu carro.
Deslizei o dedo sob a aba do envelope que ele me deu e o abri. Havia um contrato de noivado já redigido. Meu nome e o de Sophie Pósitron estavam ali, lado a lado, em letras elegantes. O acordo parecia mais uma fusão de empresas do que um compromisso afetivo.
“Termos de união e convivência”, “integração de ativos familiares”, “projeções de valorização patrimonial conjunta”, “responsabilidade sobre herdeiros e educação primária”. Tudo descrito como se eu fosse um touro premiado em um leilão genético.
Na segunda folha, um cronograma: jantares públicos, aparições conjuntas e a data de anúncio oficial do noivado. Aconteceria em dois meses.
Pensei em Sophie. E tudo aquilo me cheirava a manipulação.
Fechei os olhos por um instante, sentindo a tensão subir pela nuca e pulsar na têmpora esquerda. Minha respiração ficou lenta.
Não vou entrar nessa por imposição.
Peguei o celular e digitei rápido:
E