O delegado, um homem de meia-idade com olhar severo, nos encarou por trás da mesa de madeira escura.
— Edward, conte-nos o que aconteceu. — o delegado perguntou.
— Bom — Edward suspirou.
— Edward, melhor eu contar — eu disse. Meu irmão assentiu.
— Fica a vontade.
Comecei resumindo a história desde o início. Contei tudo que ele fazia com a gente no Canadá. Contei que fugimos. Contei que ele tentou me sequestrar perto da empresa.
— Ele me sequestrou à caminho do meu casamento e estava prestes a me matar. Mas meu irmão chegou e me salvou.
— Eu não tive outra escolha. Minha irmã está grávida eu não podia deixar que ele a matasse... — Edward completou, sua voz resoluta.
Meu pai apertou minha mão, enquanto minha mãe lutava para conter lágrimas. O delegado anotou tudo em um caderno, expressão séria.
— Você passará por julgamento — disse ele. — Mas, considerando as circunstâncias, é provável que Edward seja absolvido.
O silêncio que se seguiu foi pesado. O som da caneta do delegado raspan