Na segunda-feira de Carnaval, Deise despertou vagarosamente, se espreguiçando e bocejando como um felino manhoso. Não levantou. Maria entrou no quarto da filha, como se já soubesse que tinha acordado.
— Deise, já são dez e vinte! — Maria abriu as janelas de ferro do quarto da menina.
O quarto escuro se iluminou e Deise olhou para o rádio relógio. No visor do aparelho eram dez e vinte e seis. Nada falou com a mãe que logo se foi para continuar seus afazeres domésticos. Deise olhou para o céu azulado recheado de nuvens tão fofas e branquinhas. Pelo menos era assim em sua imaginação. Um acumulado de nuvens prendia a atenção da jovem. Pareciam se inflar e explodir no céu. Deise achava aquilo lindo. E ficou ali, deitada, atenta a cada movimento das nuvens, ao som da jovem guarda que tocava na sala e não passava imperceptível pela garota.
Era sempre assim quando André estava em casa. Pelas manhãs ele ouvia a rádio Tropical FM. Aos ouvidos de Deise eram músicas agradáveis. Ao som de Roberto