Sou Marcus Straus, um homem avesso a relacionamentos, pois sempre achei essa coisa de alma gêmea, enredo das novelas que minha mãe gosta de assistir. Esse negocio de amor, essa coisa de melação e coraçãozinho, nunca fez parte dos meus dias, acho até coisa de maricas. No entanto, nunca pensei que poderia de uma hora para outra, ter minha vida transformada através de um encontro inesperado. Bastou apenas um olhar, para eu não me reconhecer mais. Sou Jessica Green, caminho focada em minha vida profissional, essa coisa de companhia, de bombom e flores, não fazem parte das minhas urgências, na verdade, não fazem parte da minha vida! Um tombo, já basta para te ensinar que coração é terra que ninguém deve ocupar. Estava determinada a seguir minha vida dessa maneira, sem planos emocionais a longo prazo, depois de tantas perdas, o recomeçar foi difícil. Mas bastou apenas um olhar para que minha vida virasse em 180 graus. As perdas, a determinação, marcam os passos que Marcus e Jesse devem trilhar ao longo desse caminho, pois Recomeçar é necessário!
Leer más“Oh os olhos dela, os olhos dela fazem as estrelas parecerem que não têm brilho… O cabelo dela, o cabelo dela, recai perfeitamente sem ela precisar fazer nada... (Just the way you are – Bruno Mars)”
Marcus StrausAinda bem que estou indo para casa. Dia exaustivo, achei que nunca fosse terminar.Três reuniões, vários e-mails, mais e mais telefonemas e nem tive tempo para comer direito, acabei me virando com um lanche rápido, que pedi para que Helena providenciasse.Quase ia me esquecendo.Cadê meu telefone, ah, aí está você; preciso ver com a Helena, como está minha agenda de amanhã.– Helena, conseguiu falar com Oscar sobre o ancoradouro… não, não preciso desse relatório antes das onze em minhas mãos… Ok, o que temos para amanhã?... Sim, às dez… não remarque, não vou correr o risco de me encontrar com ele, antes de falar com Charles… Ok, vou almoçar no escritório… verdade… vou precisar sair mais cedo e passar em casa, já havia me esquecido dessa exposição… Por enquanto é só.Olho para o relógio já se passa das 23h15min que dia! – Senhor Straus, vamos direto para casa ou deseja ir a outro lugar? Ben (Benjamim Tarley Junior) é meu segurança pessoal, nos conhecemos meio que por acaso, num bar em São Francisco, estávamos no balcão, afogando nossas mágoas, quando em meio à conversa alheia, descobrimos que éramos amigos do mesmo colega de quarto na faculdade que estudei, me lembrei do cara na hora, quando em meio a algumas estórias ali compartilhadas, o nome dele surgiu.Servimos no mesmo batalhão e há pouco tempo, Ben havia recebido baixa honrosa por seus trabalhos prestados e assim começou nossa história. Daquele dia em diante, onde eu estava, ali estava Ben, com o passar do tempo, houve a necessidade de criar uma empresa de segurança onde se utilizasse de todos os meios tecnológicos para proteção, encarreguei Ben de administrar a operação toda e hoje o tenho ao meu lado, cuidando da minha segurança entre outras coisas relacionadas a mim. – Não Ben, vamos para casa, por hoje já estou farto. – Certo Senhor, em dez minutos já chegaremos. Passo minhas mãos por meus cabelos, sentindo em meu corpo o cansaço do dia. Por mais que eu goste do que faço, por mais competente que sou, este cansaço é até bem vindo, não existe cansaço melhor, do que este, de um dia onde você fez o que faz de melhor, no meu caso, ganhar dinheiro.Por um momento olho as luzes lá fora que começam a surgir, são poucas, mas sempre acabo me perdendo nelas. Seu brilho, muitas vezes, me leva a viajar em lembranças, do quanto foi árduo meu trabalho até aqui. Do quanto batalhei e lutei, para ser quem sou hoje. Poderia ter me acomodado, como tantos caras que conheço, mas não, quis escrever minha própria história, ser alguém por meu próprio mérito.Foi muita dedicação para chegar onde estou; aos trinta e dois anos, posso dizer que estou onde sempre desejei. Sei o quanto tenho a fazer para manter o que possuo a cada dia.Meus pais haviam planejado para eu continuar no ramo da família, não querendo que eu perdesse o vínculo familiar, no entanto, sempre desejei criar meu próprio espaço no mundo, realizar algo que me valesse à pena e foi assim que conclui a faculdade de Direito dando início a minha saga.Muito embora os negócios da nossa família fossem lucrativos e prósperos a cada dia, meu pai, Robert Straus, administrava tudo bem de perto e se caso fosse necessário, tinha meus irmãos (Ted (Teobaldo Straus / Lucy Straus) para cuidar de tudo, ainda que Ted (um ano mais novo que eu ) já desses indícios de trabalhar na construção civil, terminando seu último ano de engenharia. Lucy estava estudando ainda, fazendo um curso de especialização, iria seguir meus pais na área médica e claro, seu futuro seria o de assumir a administração do hospital.Coube apenas dar até breve e segui meus passos.Sabia que com o passar dos anos, mais dia menos dia, chegaria a hora de presidir o conglomerado Straus Corporation, sendo eu o irmão mais velho, por hora, precisava criar asas sozinho, para poder estar forte o suficiente para administrar tudo.Lembro–me bem quando me formei e meu pai chegou todo feliz por eu ter seguido no ramo de Direito, assim como ele, pois meu pai cursou duas faculdades ao mesmo tempo, não me peça para explicar como ele fez isso, porque até hoje não conseguimos entender, ele se formou em direito e em medicina com especialização em cardiologia. Coisa que apenas Robert Straus poderia fazer. Meu pai é uma figura, não poderia ter um homem melhor como referência.Fiquei ali, parado, ouvindo toda sua alegria transformada em palavras, meu relacionamento com meu pai sempre foi o melhor possível, quando terminou seu discurso todo orgulhoso, apresentei a ele meu sonho e expectativas quanto ao futuro. Tinha consciência de toda estabilidade financeira que possuía graças a ele, porém, estive debaixo de suas fraternas asas por todo aquele período e chegava a hora de voar.Ele me observou resoluto, sem expressar nada nem me dar idéia do que se passava em sua cabeça, não me interrompeu um segundo sequer, absorvendo cada sílaba que ali falava. Aquilo me deu força para continuar, falei sobre a gratidão dos anos dedicados a minha criação, do quanto ele e minha mãe Ester, são importantes em minha vida, pois jamais me esquecerei de como foram bondosos para comigo, num período de tanta dor, pude contar com os dois. Sempre me deram o melhor em amor e afeto, em valores e cuidados, sempre zelando por mim, como parte importante da família. Quando terminei, meu pai olhou em meus olhos e disse:– De quanto você precisa?Não entendi!Como assim, não vai brigar, me obrigar a ficar, não irá argumentar como algumas vezes aconteciam?!?! Simplesmente isso!...Não vai trazer mamãe, e meus irmãos e realizar uma reunião para discutirmos o assunto?!?!Não estava compreendendo, o que se seguia à minha frente.Meu pai vendo em meu rosto, a dúvida pairando, inquietação, pôs a mão em meu ombro, olhou bem dentro dos meus olhos e me falou:– Marcus, sei o quanto isso o pegou de surpresa, a mim também filho, dizer que não tinha planos para você, de estar conosco e permanecer ao nosso lado, é mentira... Filho, acompanhei sua jornada até aqui, o conheço o suficiente para saber que esse projeto, já tem dia, hora e lugar para começar… A nós, sua família, compete apenas apoiá–lo e ajudá–lo no que nos for possível... Até aqui, você teve que se superar dia após dia, passar o que você passou e continuar mantendo a alegria em viver.Abracei meu pai na mesma hora, sempre o teria ali como um porto seguro, como aquele a quem posso correr e haverá sempre no mínimo um abraço demonstrando que tudo irá ficar bem.Sou interrompido por Ben, me avisando que havíamos chegado.Ele abre minha porta e entrego a ele minha bolsa, saio rumo ao elevador. Como é bom chegar em casa, adentro ao meu apartamento, minha segunda moradia em oito anos; tenho tudo o que preciso aqui mesmo.Foi muito bom Lucy me orientar na reforma, assim que adquiri esse imóvel, minha irmãzinha me surpreendeu, quando me deparei com todo o seu talento.Ela soube ler tudo o que precisava e queria.Pedi que mantivesse meu estilo em tudo e que o conforto fosse a principal preocupação quanto ao projeto.Não sou dado, há um batalhão de empregados, mantenho comigo apenas Rose e Ben, que são suficientes para manter em ordem minha vida. Rose trabalha comigo há mais de cinco anos e administra minha casa muito bem. Não tenho que me preocupar com nada, o que facilita e muito as coisas para mim.– Senhor Straus, boa noite! Vai jantar, ponho a mesa ou prefere alguma outra coisa?– Não Rose, só prepara para mim o suco de sempre com aquele sanduíche fantástico que você faz, coloca uma porção generosa daquele presunto que você colocou para mim nesta manhã e pode deixar em meu quarto, depois pode se recolher.Subo as escadas, indo direto para o banho, preciso aliviar todo o estresse do dia.Começo a refazer a agenda do dia seguinte, ali mesmo no banho e para minha “alegria” mais uma exposição. Que coisa mais tediosa é exposição, até agora não entendo como as pessoas se divertem tanto nesses ambientes, para mim é mais um compromisso do que diversão, se bem que, o que chamo de diversão poderia deixá–los atônitos, dou uma gargalhada relembrando algumas coisas que dias atrás aconteceram. Como negócios são negócios, vamos descansar, pois afinal, amanhã basta uma meia horinha nesse local e pronto, missão cumprida, se tudo acabar bem, vou dar uma esticada até meu voyeur.Marcus Straus– Algum problema?... Sua cara não está das melhores… Posso ajudar com alguma coisa?Fiquei ali olhando para ela, paralisado, observando o quanto em risco estávamos naquele dia. Ao ter uma noção maior do que poderia ter nos acontecido sinto meu chão se abrir e me apoio na mesa.– Marcus, o que está acontecendo?... Você está pálido! Ela anda até onde estou e passa sua mão em meu rosto. Fico olhando para ela, o medo, a insegurança toma conta de mim e a abraço. Preciso dela ali, presa a mim. Fico com ela em meus braços por um momento, mas sei que preciso falar, não quero mais esconder nada dela.Pego ela em meus braços e a ajudo sentar numa das cadeiras próximas a minha mesa. Me apoio na mesa diante dela, respiro fundo encontrando as palavras certas para não assustá-la. – Querida, preste atenção e me deixe terminar tudo, ok?Ela assente com a cabeça, percebo que a agitação começa a querer tomar conta. – Querida, Ben veio me relatar que levou o meu carro, aquele envolvido
Marcus StrausPuxa quando vi Jesse hoje ali parada me olhando, senti meu coração a mil, mas por outro lado, quando percebi qual era a cena que ela estava vendo congelei. Droga! Logo agora que fui abordado por Martha! Não poderia ser pior, percebi que ela estava vindo ao meu encontro e agora. – Martha sei que precisamos conversar, mais não agora preciso ir. Logo marco uma hora com você. Saio sem esperar resposta e logo pego meu telefone, pois vejo Jesse sair como foguete hall afora. – Ben, não saia sem mim… tranque as portas até que eu chegue. Depois que eu entrar, nos leve para minha casa. Desligo o telefone e vou até o carro. Espero que ela vá para lá, se não vou até seu prédio ou seja lá para onde ela deva estar indo.Não vou perder para esse desencontro. Já ando carregando muita merda esses dias todos e não será hoje, que esse encontro inesperado irá me atrapalhar. Ao chegar no carro percebo que ela está lá, ainda bem!Me mantenho firme, não quero cena aqui diante do prédi
Jessica GreenO tesão aumenta de maneira absurda, já não sinto mais meu corpo, já não estamos mais conseguindo segurar.E quando já não estamos aguentando, Marcus me vira a favor do sofá, enquanto prepara seu amigo com o preservativo, sem avisar me preenche por completo, bem lentamente, olhando em meus olhos para se certificar de como estou me sentindo. Me prendo ao seu corpo, desejosa de senti–lo o mais profundo possível. Tenho urgência!Tenho vontade!Tenho desejo!Ele solta um rosnado quando seu membro já está todo escondido dentro de mim. Da mesma forma que fazia com o dedo, começou a fazer com seu amigo, entrando e saindo, devagar, devagar, rápido, rápido, devagar, devagar, rápido, rápido.Não tenho a menor condição de me segurar. Estou à beira do abismo, prestes a me lançar, queda abaixo. E ouço Marcus, quando ele me diz:– Agora querida… agora… agora, goza para mimm!!!E me desfaço completamente nele, gemendo uma, duas… quantas vezes eu não sei, apenas sei que juntos chega
Jessica GreenBebe mais um pouco do vinho e me diz:– Isso aconteceu há muito tempo… ela não faz mais parte da minha vida… ou melhor, nunca fez!!!Fico olhando para dentro da minha taça, imaginando que num futuro próximo ele estaria descrevendo a nossa “história” com as mesmas palavras, porque tudo indica, que aqui só mude as personagens, o enredo segue o mesmo. Respiro fundo ao constatar essa verdade.– Que maravilha! Você consegue mesmo ser um cretino e tanto!!! Parabéns para você, Marcus Straus!!!Ao ouvir minhas palavras , ele sai em disparada para ocupar o espaço entre eu e a mesa de centro. Tira a taça da minha mão e segura meu rosto entre as suas.Olhando em meus olhos, toma minha boca em sua boca e me beija com tanta fúria, com tanta vontade, com tanta mais tanta urgência!!! Como se precisasse daquilo para continuar vivo, como se isto fosse necessário para mantê-lo. Sou pega pela surpresa, mas o desejo, a vontade, a necessidade fala mais alto em mim também. Fomos, nos
Jessica GreenParado, me olhando. Lanço meu braços para o ar, me rendendo, afinal não poderia fazer mais nada. Que merda!!!Que merda!!!Que merdaaaa!!!Permanecemos ali quietos. Marcus não me fala nada e eu ali odiando tudo aquilo. Finalmente ele abre a boca, mas não para falar comigo: – Ben, podemos ir.E percebo o carro entrando em movimento. Não consigo olhar no rosto do Marcus, estou muito furiosa, com muita mais muita raiva, ai que vontade de socá-lo! E ele permanece ali imóvel. Resoluto em si. Essa sua postura só faz minha ira aumentar. Mas se ele acha que vou me render e começar a falar, vamos ver quem resisti mais. Percebo que o carro faz o caminho da sua casa.Agora mais essa, ao invés de ir para casa, estou indo para a casa dele. Que inferno! O que ele está querendo com tudo isso???Será que acha que teremos um replay???Será que está me achando, como as "amigas" pelas quais ele usa os serviços???Ele não perde por esperar. Chegamos a sua garagem. Ele virá na
Jessica GreenAlguns dias depois Hoje já é sexta feira e todos esses dias passaram, sem nenhuma notícia do Marcus. Tentei depois de muita espera falar com ele, deixei recado no seu telefone, em sua casa e até hoje nada. Sei que ele está na cidade, pedi que minha secretaria checasse isso para mim. Durante todos esses dias, Ben tem me trazido e me levado para casa. Mas não quis perguntar sobre nosso chefe para ele, achei que seria muito inoportuno, mesmo porque, acho que ele não me falaria muita coisa. Optei por deixar as coisas seguirem, sem nos colocar em uma situação chata. Será que o que ele queria mesmo era me levar para cama e tchau! Será?!?Essa ausência, essa falta de notícias, esse silêncio, tudo pode estar me mostrando aquilo que muito provavelmente ele já tenha feito. Começo a acreditar nessa possibilidade, de termos apenas desfrutado de um bom momento e nada mais. Ele não entra em contato comigo, não me liga, não me escreve, não deixa nenhum recado com Benjamim. Ac
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