August acordou de ressaca.
Massageou as têmporas doloridas, na noite anterior, havia bebido para tentar esquecer, mas só conseguia pensar no meu rosto frio e distante.
Sem encontrar o próprio celular, pediu emprestado o de um amigo para me ligar, e só então percebeu que eu já tinha desligado o telefone.
Uma sensação de pânico, como nunca sentira antes, tomou conta dele.
Saiu às pressas, voltando pra casa, e durante o caminho minha imagem não saía da cabeça dele.
Não conseguia entender como aquela mulher que sempre lhe dizia sim, de repente, se tornou tão decidida e distante.
Ao chegar, começou a preparar tudo para me pedir desculpas.
Flores, bife, joias… cuidou de cada detalhe, querendo reconquistar meu coração.
Mas, ao olhar em volta, pela primeira vez realmente notou o quanto aquele lar estava deteriorado.
Os móveis usados estavam todos marcados, a tinta das paredes descascava, revelando o tijolo por baixo.
Na varanda, a roupinha de bebê manchada balançava ao vento, chamando atenção