Guadalupe... temos que conversar...
Valeria abraçava sua filha. Podia sentir a respiração agitada de sua menina. Queria acalmá-la como quando era criança. Um abraço pouco a pouco ia diminuindo essa ira que de repente explodia como quando não lhe saíam as coisas do seu jeito, mas agora não se tratava de uma criança. Se tratava de uma mulher, uma que acabara de conhecer como sua mãe foi violentada sendo uma jovenzinha.
— Paloma... ande! Não vamos continuar nos lamentando por isso! Eu quero que seja minha mulherzinha independente! Essa que luta dia a dia para ser alguém na vida. Já é, mas gosta de sobressair e assim te quero ver! Não quero que encha esse coração intrépido com amargura. O que foi já foi. Agora nos toca mudar nosso futuro e você, minha menina, vai por muito bom caminho. Devo reconhecer, às vezes tenho inveja de você! Teria gostado de ser tão intrépida como você... — disse a mãe olhando nos olhos de sua menina.
— Mamãe, sabe que ainda pode fazer! Meu pai jamais te pôs um limite. Sempre te apoiou em todos seus