Katerine Rise é uma escritora de romances de grande sucesso, porém nunca acreditou no amor, pois seu passado esconde memórias com as quais ela não quer ter de lidar, mas é quando seu olhar acaba cruzando com o olhar de uma menina no shopping que tudo isso muda, aquela criança está em apuros e Katerine fará de tudo para protegê-la, mesmo que para isso ela precise passar por cima até mesmo do arrogante Lian Lancaster, pai da garota que também é completamente maluco, será ódio a primeira vista... O problema será convencer Jousie, que os dois não tem nada haver, porque a menina já traçou o plano perfeito para juntar os dois!
Leer másAtravessei o saguão do shopping apressada, estava exausta talvez eu devesse ter aceitado a carona de Alberto, mas meu carro estava no estacionamento e eu não gostava de sair cercada por seguranças, uma das coisas que sempre me orgulhei era de poder ser famosa e ainda assim ter minha liberdade de ir e vir, eu gostava de ver gente de abraçar pessoas de dar autógrafos e tirar fotografias, isso fazia com que eu me sentisse amada pelos meus fãs.
Ter me tornado uma escritora reconhecida era algo que eu me orgulhava, sempre batalhei muito por isso e o caminho não tinha sido nada fácil até ali eu bem sabia disso, o brinquedo de pelúcia gigantesco na minha mão pesava, era um enorme elefante muito fofo, eu sempre ganhava bichinhos de pelúcia dos meus fãs eles diziam que era por que meus romances eram românticos e cheios de paixão, eu tinha um quarto repleto deles, aliás, um em minha casa que começará a ficar pequeno e dois na editora, dessa vez eu tinha ganhado muitos elefantes e girafas isso por que o romance se passava em um safari na África, às vezes eu ficava me perguntando o que eu ganharia de presente se escrevesse histórias de horror e suspense como Stephen king, será que viriam armas e facas? Comecei a rir sozinha enquanto caminhava, mas logo meu sorriso desapareceu, meus olhos encontraram os olhos de uma menininha, uma pequena menina sozinha no shopping lotado de pessoas estranhas, mas isso não era o pior, o pior era ver aquele homem ao seu lado, o velho de idade avançada segurava a criança ao seu lado com a mão firmemente pressionada em suas pernas, seu olhar era de medo, pavor e desespero, parei apreensiva... Será que eu deveria ir até lá? E se ele fosse um parente? Talvez o avô da criança, quem sabe eu estivesse interpretando errado, mas não meu sexto sentido dizia que aquela menina precisava de ajuda, respirei fundo e segui firme me enchendo de coragem a cada passo, seus olhos verdes assustados olharam para mim suplicando por ajuda, decidi agir.
- Luciane! Aí está você menina! Te procurei por todo shopping! – Ela sorriu e se levantou correndo até os meus braços.
- Mamãe! Mamãe me desculpa eu me perdi!
O homem me olhou assustado e começou a se afastar, eu o puxei pela camisa xadrez.
- Hei o senhor! Quem é? E o que fazia com a minha filha?
Eu não queria deixá-lo ir assim, o que ele tinha feito com aquela menina certamente faria com outra em algum momento.
- Eu não fiz nada senhora! Me deixe em paz!
Ele tirou minha mão dele com força e saiu caminhando apressado demais, suspirei, agora eu devia resolver o que tinha acontecido ali com a criança.
Abaixei-me perto dela e segurei seus bracinhos frágeis com carinho.
- E você como está? Conhecia esse homem? Ele tocou em você? Devo chamar a policia ou alguém?
- Eu estou bem moça, só um pouquinho assustada, isso nunca tinha acontecido comigo antes, não sei quem era esse homem, eu me sentei no banco, pois me perdi e achei que seria mais fácil de alguém me encontrar e ele se aproximou e começou a tocar minhas pernas e a dizer que eu deveria ir com ele pra casa dele, foi bem ruim...
- Você disse que se perdeu? Sua mãe está aqui então? Qual o nome dela?
- Minha mamãe já morreu moça...
Comovi-me, tão pequenina e sem mãe, aquilo cortou meu coração.
- E seu pai?
- Ele é muito ocupado e importante, eu vim com minha babá, mas ela me deixou de lado pra ir falar com um namorado dela e eu fiquei vendo a vitrine de bichinhos, quando dei por mim ela tinha sumido!
- Santo Deus! Que irresponsável!... Como ela pode ter te deixado sozinha estando em serviço?
- Mia é um pouco desligada, ela não se importa muito comigo...
- Deus, e quem é seu pai? Qual é seu nome?
- Não tenho permissão para dizer o nome do meu papai, como ele é bastante famoso ele não quer que saibam sobre mim.
- Certo isso sim é loucura... Ok, e o seu nome qual é?
- Me chamo Jousie, Jousie Faine Lancaster...
- Certo Jousie, sou Katherine Rise, mas pode me chamar de Kathy! Me dê sua mão e vamos encontrar a doida da sua babá...
A menina sorriu animada e me estendeu a mão, mas nesse exato momento fomos cercados por pelo menos uns 30 seguranças, puxei Jousie junto a mim e uma mulher atravessou o circulo vindo em nossa direção furiosa.
- Solte já a minha menina!
Ela puxou Jousie com força a arrancando dos meus braços, Jousie protestou.
- Me solta Mia!
- Cala boca menina!
Então era essa a tal babá da criança.
- Hei, eu não ia fazer mal a ela eu estava tentando ajudar! Você é que foi irresponsável e a deixou sozinha! – Reclamei furiosa.
- Mas é muita ousadia sua! Você queria era sequestra-la!
- Eu? Ficou louca? Eu estava ajudando ela!
- Mentira! Até um urso comprou para ela para convencê-la!
Olhei para o elefante que estava em minhas mãos e Jousie tinha se agarrado.
- Urso não, elefante! E não dei a ela, mas se ela quiser pode ficar com ele sim!
- Viu só! Ela admitiu! – Berrou ela para os seguranças. – A prendam!
Os seguranças avançaram sobre mim e Jousie se pôs na minha frente.
- Deixem a Kathy em paz! Ela me ajudou, a Mia é que foi irresponsável e me largou sozinha para poder namorar!
Mia beliscou o braço de Jousie.
- Já disse pra calar a boca pirralha!
- Aí! – Reclamou Jousie, perdi a paciência e ia avançar sobre a mulher quando um homem apareceu nervoso abrindo caminho entre as pessoas que tinham se aproximado e os seguranças.
O homem muito bonito chamava a atenção de longe, tinha a voz forte rouca e com um sotaque quase que irresistível os olhos azuis se destacavam em seu rosto diante dos cabelos escuros bem arrumados com gel.
- O que está acontecendo aqui? – Perguntou ele firme, Jousie se soltou de mim e correu para os braços dele.
- Papai!
Dei um passo para trás, então esse era o pai da menina, isso explicava o tumulto das pessoas que tinham se aproximado.
- Essa mulher queria sequestrar sua filha! – Berrou Mia.
O homem deu dois passos em minha direção, seus olhos azuis eram tão gelados quanto os de um iceberg senti um arrepio na espinha, Jousie abraçou o pai pelas pernas.
- É mentira papai! Mia me largou sozinha aqui e foi namorar, eu me distrai com uma vitrine de bichinhos de pelúcia e quando vi ela tinha sumido, quando vi que estava perdida sentei no banco do shopping e fiquei esperando que alguém me procurasse, um senhor se aproximou e começou a tocar em mim, fiquei com medo, aí Kathy apareceu e me salvou! Se não fosse por ela eu nem sei o que teria acontecido comigo.
Eu estava pasma com a coragem de Jousie, ela era tão pequena, mas sem dúvidas muito valente, o homem a pôs de lado e olhou fixamente para a babá.
- Já para o carro Mia!
Ela abriu e fechou a boca e logo começou a protestar.
- Mas senhor, não é possível que vá acreditar nas loucuras de Jousie!
O homem soltou o ar pesado, seu rosto era de fúria.
- Para o carro agora!
Diante da situação ela decidiu obedecer, abaixou a cabeça e se retirou, vi Jousie fazer uma careta para ela e me segurei para não rir, eu sei era infantil, mas eu também queria poder mostrar a língua sem ter que dar explicação.
O homem caminhou calmamente até minha direção e estendeu a mão.
- Lian Lancaster, obrigada por cuidar da minha filha.
Estendi a mão também ainda tremendo, senti um arrepio quando nossos dedos se tocaram.
- Katherine Rise.
Vi os olhos brilhantes de Jousie sorrirem ao olharem pra mim e depois para o pai.
- Papai, a Kathy pode almoçar lá em casa?
Lian olhou sério para a filha.
- Sabe muito bem que não podemos levar estranhos em casa Jousie.
- Ela não é uma estranha pai! É a Kathy! Ela me salvou...
- Jousie...
Eu não queria me meter naquela discussão nem causar problemas para Jousie, decidi que era hora de me impor.
- Agradeço a gentileza Jousie, mas já tenho um compromisso e preciso ir... Talvez outro dia...
- E como vou fazer para te encontrar?
Eu anotei meu número em um pedaço de papel.
- Pode me ligar sempre que quiser e se quiser pode ficar com o elefante, assim quando sentir saudade você o abraça e lembra de mim.
Ela soltou o sorriso mais lindo que eu já tinha visto e me abraçou com força.
Despedi-me dos dois e segui andando pelo saguão do shopping os olhos de Lian queimavam em minha nuca, teimei em não olhar para trás, Jousie percebeu o interesse exagerado do pai.
- Achou ela bonita papai?
Lian balançou a cabeça voltando à realidade.
- Que absurdo Jousie! É uma estranha...
- É uma estranha muito bonita e você não tirou os olhos dela.
- Fui simpático.
Ela cruzou os braços encarando o pai.
- Sei...
Lian a levantou no colo.
- Sabe que só tenho olhos para você, aliás, a dama me dá a honra de almoçar comigo?
- Vai ficar em casa comigo?
- Vou... Você gosta da ideia?
- Muito!
Disse ela comemorando e abraçou o pai, Lian trabalhava muito e quase não via a filha a realidade é que a pequena Jousie tinha sido praticamente criada por babás.
Algum tempo depois...Mag e Max se casaram um ano depois do noivado em uma cerimônia simples na cidade natal de Mag, eu e Lian os presenteamos com uma casa nova e Jousie fez questão de dar um novo integrante para a família deles, o cachorro chamado BOB, que corria pela casa animado, nos domingos nos reuníamos todos para almoçar na casa de Lian, Lian e eu, Jousie, Max, Mag, Carlos e Juliana que agora estava noiva de Carlos.Eu voltei a assinar com a editora de Alberto e lancei mais três livros até que o filme foi gravado e lançado, Lian pegou o papel principal como era para ser e foi emocionante assisti-lo no cinema, no final da estreia, ele me pediu em casamento, algo que eu confesso não esperava, Jousie aquela espertinha já sabia de tudo, e estava radiante com a ideia, contando é claro que nós encomendássemos um irmãozinho, pois ela ainda não tinha desistido dessa id
Eu não vi Lian chegar, mas certamente ele chegou tarde, acordei sozinha na cama, ele costumava se manter mais afastado, respeitava meu espaço e meu tempo quando eu estava na mansão, dizia que não queria forçar ou apressar as coisas e que agora entendia minhas reações adversas a intimidade, isso fazia eu me sentir ainda mais segura com relação a ele, talvez nunca tivesse confiado tanto em alguém como tinha aprendido a confiar nele, agora eu entendia que ele jamais faria qualquer coisa para me machucar.Desci as escadas para tomar meu café e o encontrei sério, queria perguntar para ele como tinha sido a noite anterior, mas Jousie estava ali e não seria bom tocar nesse assunto.Busquei por ele pela casa inteira depois disso, queria falar com ele, precisava saber o que tinha acontecido, porém a casa estava um caos, eram pessoas chegando, presentes chegando, muitas agitaç
Com a volta do meu relacionamentos com Lian todos os planos anteriores foram repostos, tal como a festa de noivado de Mag na casa de Lian, nunca pensei que organizar uma festa de noivado pudesse ser tão cansativo, na verdade nunca nem ao menos eu tinha pensado sobre isso, Jousie corria de um lado a outro admirando os vasos de flores que chegavam.- Não entendo por que não há balões! Que tipo de festa não tem balões? Balões são legais! Bem coloridos e divertidos.Eu sorri para ela.- Está é uma festa de adultos Jousie, não há balões porque não há crianças para brincar com eles, mas talvez daqui alguns anos quando Mag e Max organizarem uma festa para um filho deles ou algo do tipo.- Acha que Mag quer ser mãe?- Talvez... Na verdade eu não faço ideia...- Ela daria uma mamãe muito divertida! Igual a
Joguei-me na cama pondo meu próprio livro de lado, nem mesmo minhas leituras estavam conseguindo me libertar daqueles pensamentos insanos, eu queria tanto, mas tanto ligar para Lian, porém ao mesmo tempo me sentia muito errada em fazê-lo, era ele quem tinha sumido, por que eu deveria correr atrás dele? O certo seria ele me procurar para ao menos me dar uma explicação, “Ok, Kathy não demos certo, vamos seguir cada um pelo seu caminho”! Isso seria bem mais adulto pelo menos, do que simplesmente sumir, os dois estavam parecendo aquelas criancinhas birrentas que brigavam por um motivo idiota e passavam a se detestar desde então.Vi que meu telefone começou a tocar e levei um susto ao perceber que era ele, minhas mãos começaram a tremer e a suar, o que fazer? Atender? Mas e se fosse ele ligando para terminar, eu não queria terminar com ele por telefone, isso era tão horríve
No dia seguinte Carlos adentrou apressado na editora e foi recebido por Juliana que tinha um sorriso de ponta a ponta da orelha e um papel nas mãos.- Bom dia, Juliana!- Bom dia, senhor... Podemos falar? Tenho novidades sobre aquele assunto!Ele olhou para o papel nas mãos dela e pela sua felicidade logo imaginou que ela tinha boas noticias.- Claro, vamos ao meu escritório.Ela seguiu com ele e assim que entraram ela começou a falar.- Como ele muda muito de endereço de IP eu decidi por um vírus em todos os endereços usados por ele, daí assim que ele acabasse acessando algum deles eu saberia em tempo real onde ele está.- E aí?- E aí que ontem a noite ele estava online em um dos endereços citados, eu comecei a rastreá-lo e aqui está! – Disse ela empolgada alcançando o papel para Carlos. – Esse é o ender
Carlos abriu seu e-mail pessoal buscando por alguns documentos, porém o que viu na caixa de entrada não foi nada animador, o e-mail enviado para ele por algum “Fake” o deixou não apenas intrigado como muito preocupado, após ler a mensagem de ódio carregou os anexos e apagou a mensagem em seguida, por anos aquilo tinha permanecido em completo silêncio, ninguém além dele e Kathy sabiam daquilo, porém uma terceira pessoa parecia ter descoberto algo e parecia estar querendo usar isso de alguma forma.Ele não queria preocupar Kathy agora, ela estava mal pela ausência de Lian, então decidiu ignorar, mas no dia seguinte um novo e-mail surgiu na caixa de entrada, trazendo mais fotos e mais vídeos, enviando-os novamente para a lixeira Carlos deligou o computador e saiu para o almoço, nervoso.“Isso não podia vir à tona agora”!Rep
Último capítulo