198. O Caminho de Volta
Não faço ideia de quanto tempo permaneci dormindo, mas, quando abro os olhos novamente, o sol já não brilha lá fora. A lua, no entanto, ilumina o quarto com a mesma imponência.
Viro o rosto para o lado, esperando encontrar Ethan, mas, para minha surpresa, é meu pai quem está sentado na poltrona. Assim como Ethan, ele também parece péssimo.
— Pai — chamo, num tom baixo.
Ele se vira rapidamente para mim, e vejo a surpresa e o alívio em seus olhos.
— Filha — ele diz, aproximando-se. — Como está se sentindo, querida?
— Como se um trem tivesse passado sobre mim — respondo, tentando sorrir.
Meu pai solta um riso curto, mas logo o sorriso desaparece, dando lugar à seriedade.
— Você nos deu um susto, filha — murmura, segurando minha mão.
— Me desculpe.
Sei que não foi minha culpa, mas isso não muda o fato de que ele passou os últimos dias no inferno por minha causa.
Ele suspira, passando a mão pelo rosto.
— Eu deveria ter te protegido melhor — diz, num tom baixo, carregado de culp