190. Memórias Fragmentadas
“Mia Bennett”
Acordo, e a primeira coisa que sinto é dor. Latejante, incômoda, como se uma orquestra inteira estivesse ensaiando dentro da minha cabeça. A segunda coisa é o frio. Muito frio.
Tento abrir os olhos, mas minhas pálpebras parecem pesar toneladas. Quando finalmente consigo, pisco algumas vezes, tentando adaptar minha visão ao ambiente.
— Onde estou? — murmuro, sentindo minha garganta arranhar.
Memórias fragmentadas começam a surgir. O evento beneficente. Ethan subindo ao palco. Gabriel me oferecendo champanhe. A tontura repentina…
Gabriel.
A compreensão me faz engolir em seco. Não foi o calor. Ele me drogou. Me sequestrou. Mas… por quê?
Tento me mexer e descubro que estou sentada em uma cadeira, meus pulsos amarrados para trás, tornozelos presos às pernas do assento.
Olho ao redor, encontrando uma sala pequena e mal iluminada. Paredes de concreto, piso de cimento, uma única lâmpada fraca pendurada sobre mim, projetando sombras distorcidas pelo ambiente.
Um porão? U