141. A Manipuladora Nata
James não pega o envelope imediatamente. Apenas observa Miranda enquanto seus dedos tamborilam contra a mesa. Num movimento lento, controlado… É isso que ele está fazendo agora: se controlando.
Miranda, por outro lado, não percebe nada disso. Está ocupada demais, me encarando com aquele sorriso irritante, me analisando como se já tivesse vencido.
— E esses machucados, Ethan? — pergunta, irônica. — Conseguiu defendendo alguma donzela em perigo?
Passo a língua pelo corte no lábio antes de um sorriso preguiçoso surgir no canto da boca. Ela está tão confiante que mal percebe seu próprio fim se aproximando.
— Quer mesmo saber? — devolvo, no mesmo tom irônico.
Mas antes que eu continue, o som do papel sendo puxado me cala. Desvio o olhar para James, que acabou de abrir o envelope.
Sua mandíbula tensiona instantaneamente, e Miranda percebe, claro. Como a manipuladora nata que é, decide jogar mais lenha na fogueira.
— Sabe, James — suspira, assumindo um tom doce. Falso. — Eu realmente