Dario observou os objetos espalhados pelo chão.
Eram todas roupas comuns, nenhuma peça de grife havia sido levada.
Não é ela se casar consigo mesma apenas para cobiçar esses bens? E agora, não quis levar nada!
Dario, ao olhar para um saco extremamente sujo no chão e franzindo a testa, comentou:
- Outra jogada de manipulação, a quem ela quer impressionar desta vez com essa encenação? Minha avó nem está aqui!
Durante os três anos de casamento, ele nunca gostou dela, mas financeiramente sempre a tratou bem.
No divórcio, concedeu a ela uma generosa compensação, suficiente para que vivesse sem preocupações.
“Ela realmente desejava ir embora ou estava apenas fingindo?”
Vitória segurava seu celular descarregado, ainda refletindo sobre a notícia que a tia lhe dera, sobre encontrar sua família.
Ela sempre sonhou em ser encontrada por sua família e nunca mais se sentir sozinha.
Distraída, Vitória foi interpretada por Dario como consentindo com a situação.
Viviane, fingindo dificuldade para andar, correu até eles:
- Dario, ela estava arrumando suas coisas para ir embora, mas pegou um saco extremamente sujo da cozinha. Eu tentei aconselhar ela, mas foi inútil.
O mordomo interveio rapidamente:
- Sr. Dario, eu tentei convencer a Srta. Vitória a não usar esse saco, mas ela recusou e espalhou suas roupas pelo chão. Ela tinha malas de grife disponíveis, mas preferiu parecer miserável. Se isso se tornar público, todos pensarão que a família Lopes a maltratou.
O ambiente ficou particularmente tenso, e Vitória, ouvindo as difamações, permaneceu imóvel como uma estátua.
Ela encarou Dario à sua frente, curiosa sobre o que ele diria.
Com um olhar incisivo, ele perguntou friamente:
- Você não tem nada a dizer?
Era exatamente o que ela esperava!
Um vislumbre de desdém brilhou nos olhos de Vitória:
- Tudo que eu poderia dizer, eles já expressaram. Não tenho mais nada a acrescentar.
“De qualquer modo, você não acreditaria em mim, então por que perder tempo explicando?”
- Vitória, você ainda não está satisfeita? O que mais deseja? - Dario perguntou.
Nos olhos dele, ela era apenas uma mulher que se casou por interesse financeiro.
Vitória, despreocupada com sua imagem, declarou:
- Eu só queria ser uma esposa rica que se dedica a gastar dinheiro. Veja as esposas dos outros: quando não estão comprando, estão em chás da tarde ou fazendo tratamentos de beleza. Desde que me casei com você, os lugares que mais visitei foram a cozinha e o mercado local. Agora, três anos depois, você me expulsa. Eu desperdicei três anos da minha juventude! Já estamos divorciados, não posso finalmente ser independente de você?
Ela desabafou toda a sua frustração acumulada ao longo dos anos e imediatamente se sentiu muito mais aliviada.
Parecia que ser uma pessoa sem qualidades tornava a vida muito mais fácil.
- Terminou de falar? - Dario a olhava com dúvida nos olhos.
Ele a deu um cartão para despesas domésticas, com uma mesada de um milhão por mês.
A cada estação, ele enviava pelo mordomo roupas e bolsas de grife.
E as despesas médicas do tio dela também tinham sido arranjadas por ele.
Agora, com o divórcio, ele a deu uma quantia em dinheiro, suficiente para ela ter uma vida confortável.
Ele já fez muito por ela.
Ainda assim, ela achava que não era suficiente?
- Não posso concluir tudo de uma só vez.
- Continue!
- Se quiser ouvir, terá de pagar mais.
Dario, com os lábios franzidos friamente, disse:
- Vitória, você ama tanto o dinheiro, essa ganância não terá um bom final.
Ela ainda achava que o dinheiro era pouco.
Dario sentiu uma ponta de decepção e olhou nos olhos teimosos de Vitória, limpos e cristalinos.
Ele realmente não compreendia como uma mulher que amava o dinheiro e gostava de mentir poderia ter olhos tão puros.