- Tia, meu pai também tem um quadro como esse no quarto dele.
O movimento de Maria lavando os vegetais parou abruptamente, seu coração deu um pulo.
Aquele quadro era um presente que ela deu a Eduardo quando tinha treze anos, ela nunca imaginou que ele ainda o teria guardado.
Provavelmente, ele usava aquela pintura para se lembrar constantemente de seu ódio por ela, não havia outra explicação plausível.
- Tia, a comida que você faz cheira tão bem.
Quando Maria trouxe a comida que havia preparado, José não pôde deixar de elogiar com admiração.
Maria permaneceu em silêncio, o lisonjeamento deliberado do menino a deixou um pouco desconfortável.
- Tia, esta é a comida mais deliciosa que já comi.
José saboreou a comida com entusiasmo, seu rosto pequeno irradiando satisfação.
Maria observou-o fixamente, sentindo-se emocionalmente conflituosa e um pouco perturbada.
Se seu filho ainda estivesse vivo, será que ele também gostaria da comida que ela fazia?
A escuridão chegou cedo no inverno. Talve