— Mas eu preciso saber… — a voz dele não vacilou, baixa e firme. — O que existe entre você e Van Smaill?
O nome foi como cutucar uma ferida aberta e inflamada, Melia endureceu e até respirar era difícil. Por um instante, a máscara voltou: a menina ensinada a se calar, a se encolher, a sobreviver se escondendo de tudo e todos. Mas o calor das mãos de Killer em suas costas a ancorou, o cheiro selvagem dele empurrou o pânico para trás um passo e depois outro.
Ela ergueu o rosto, os olhos começando a ficar prateados, sua loba se agitando por baixo da pele.
— Eu… — cada palavra saia parecendo rasgar sua garganta, mas ela engoliu em seco e continuou. — Eu era pequena, muito pequena. Em Nixarion ninguém pergunta sua idade quando o seu cheiro denuncia que você nasceu pra obedecer… — engoliu seco. — Eu e minha mãe fomos levadas para o mercado de pedras, nos avaliaram e… Nos colocaram a venda.
A lembrança abriu como uma porta sem fechadura: poeira vermelha grudando na pele, sol impiedoso, corre