No dia seguinte

Laura não podia acreditar que Heitor a deixaria dormir daquela forma. Algemada. Frustrada. E completamente vulnerável. Nunca sentiu tanto ódio dele como naquela noite.

O corpo ainda ardia de desejo, os braços doíam pelo tempo presa, e a mente girava em círculos entre raiva, culpa e uma vontade absurda de gritar.

Mas não gritou. Ficou ali, em silêncio. Insone. Ferida.

Na manhã seguinte, seus olhos estavam fundos, olheiras marcadas denunciavam a noite em claro. O coração apertado só piorava com a culpa que sentia por estar longe de Joaquim.

O toque insistente do celular dentro da bolsa foi como uma facada.

Ela puxou as algemas num reflexo, mas as tiras de couro resistiram sem ceder.

Bianca. Só podia ser ela, preocupada com seu sumiço ou para falar de Joaquim.

Laura se sentia uma péssima mãe. Estava ali, presa por um homem que a sequestrou emocional e fisicamente, enquanto seu filho provavelmente chorava por sua ausência.

Foi nesse instante que a porta se abriu.

Heitor entrou co
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