Capítulo quatorze

Depois da conversa com Bernardo fiquei pensativo. O que ele havia dito fazia muito sentido, até mesmo sua preocupação. Eu podia tentar enganar todo mundo, mas não a mim mesmo. Eu a amava, eu a queria. Passara a planejar tantas coisas para que pudéssemos estar juntos quando eu finalmente tivesse que voltar para São Paulo.

Tentava não levar tão a sério as sensações e vontades que ela me despertava, mas era quase impossível, e se não fosse recíproco, se ela decidisse reatar com o ex-namorado, eu ficaria na merda por amor pela primeira vez na vida, completamente sem saber o que fazer, sem rumo e porra... como isso era estranho e desconfortável. 

Ficar vulnerável é uma tremenda bosta.

Eu nunca havia me permitido sentir nada além de carinho pelas pessoas que passavam pela minha vida. Também nunca ninguém havia me despertado mais do que isso. Antes de ela aparecer eu gostava mesmo é de não ter um rumo pré definido, tinha adoração a liberdade, mas agora não impo

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