Pietra: Entre o amor e o Ódio
Pietra: Entre o amor e o Ódio
Por: Marilene Mateus
A Missão

Martina

Nunca fui como outras mulheres, possuo um génio forte e deixo bem claro a todo mundo que me conhece.

Desde os meus 17 anos vivi em uma academia de treinamento para militar e claro que não é moleza. Todos santos dias tínhamos treinamentos intensivos sobre a prática no combate de batalha e também estudámos anatomia e outras cadeiras importantes e do nosso interesse.

As pessoas tratam-me pelo apelido Pietra que significa Pedra. Foi assim que meus colegas da academia militar me apelidaram e desde então passei a apresentar-me para as pessoas de fora como Pietra. Só minha mãe ainda me chama de Martina que significa Deusa da Guerra.

Quando terminei o curso fui transferida para trabalhar com os militares que protegem a casa e o Presidente do país. Mas por ser mulher acabei sendo posta de lado e mandada para uma delegacia de algures aqui na Itália.

Vivo com minha mãe e ela é a única mulher que me apoia nessa vida, é a única que sempre está comigo nos bons e maus momentos. Ela sempre me apoiou na profissão que escolhi, mesmo quando todo mundo dizia que não seria capaz só por ser uma mulher.

Hoje com meus 28 anos de idade já me sinto muito adulta e capacitada para executar qualquer missão.

Passo quase todo dia na delegacia trabalhando. Sou a inspectora da delegacia, controlo e chefio a coordenação dos policiais civis. Trato de tudo relacionadas às investigações e operações policiais, com vistas à prevenção e apuração de condutas que caracterizem ilícitos penais.

A paixão pela profissão que exerço surgiu desde pequena. Sempre gostei de brincar como salva vidas e heroína. Primeiro, quis seguir medicina, mas vi que não seria minha vocação salvar vidas. Eu gosto de acção, adrenalina, perigo e aventura. Então, sem pensar duas vezes, me joguei pra ser militar. Já viajei muito e conheci vários países de culturas diferentes. É chato e irritante quando as pessoas olham pra você e a colocam de lado só por ser mulher. As pessoas têm uma imagem de que mulher é delicada e não pode fazer trabalhos duros, mas a verdade é que podemos tudo! Basta querer!

— Senhora? — Luca pede permissão antes de entrar no meu gabinete e faço sinal com as mãos para que ele entre. — Tem aqui informações sobre o desaparecimento daquela menina. Foi encontrado seu telefone atirado a dois quarteiroes de sua casa.— ele me entrega o docié do caso.

Estou sentada na minha mesa estudando esse caso que já faz uma semana que estamos trabalhando.

Griselda, uma menina de 16 anos, foi sequestrada ao sair de casa. Não há suspeitas de quem seja o raptor, mas sabe-se que é um homem porque temos evidências.

— Só encontraram isso? — Pergunto séria e ele assente — Sabe, eu estou ficando Puta com a vossa incompetência — Falo — Então vamos reunir todos coleguinhas dela e pôr toda aquela galera falando! Alguém tem que saber algo!

— Mas a senhora não acha que é cedo demais!? — Pergunta me contrariando. Luca pode me obedecer, mas sei muito bem que ele não engole o facto de eu ser sua chefe.

— 1 semana Luca! 1 semana! Como pode ser cedo? Trabalhas tempo suficiente aqui para saber como funcionam todas nossas leis e como agimos para cada tipo de situação! Tenho que explicar isso novamente? — Falo me levanto e caminho até fora da sala. Estou usando meus tênis da Nike preto com uma camisa e uma calça jeans preta. Meu cabelo estava preso num rabo de cavalo.

Caminho em passos largos até a sala de investigação e sem delongas digo:

— Pessoal! — Digo num tom de voz audível para que todos do departamento ouçam — Mudanças de planos, vamos conversar com os coleguinhas da garota e ver se aí tem coisa. Preciso que marquem com a directora e digam para ser sigilosa. Eu conversarei com eles! — Eles apenas assentem sem questionar ou reclamar — Se tiverem mais informações me avisem!

Com isso, saio do departamento e caminho até o banheiro. Passo pelo corredor que estava silencioso e escuro. As paredes pintadas de branco pediam pintura de tão velhas que estão.

Entro no banheiro e vejo meu reflexo duro e sério no espelho. Estou com olheiras intermináveis nos olhos. Minha face está Pálida por falta de descanso. Meu cabelo está desnutrido... Isso é falta de Sexo e balada! Só pode! - penso

Sou uma mulher alta de 1.70 e com um perfil magro de maxilar fino. Meus lábios são volumosos e meus olhos pretos.

Solto meu cabelo por um instante e começo a me molhar com a água da torneira. Lavo meu rosto na tentativa de poder acordar porque estou morrendo de sono.

Limpo minhas mãos húmidas no cabelo aproveitando humidificar um pouco. Estava fazendo um calor dos infernos e infelizmente o AC está avariado e por enquanto usamos ventilador.

Saio do quarto de banho e caminho rumo a sala. Quando vou no departamento noto que eles olhavam para mim diferente. Como se estivessem admirando algo.

Olho para Pedro e questiono-o com o olhar. Pedro é como o "Einstein" da equipe, ergue a mão direita e com o seu indicador aponta com os dedos em direcção o meu cabelo... Cabelo! Esqueci de prendê-lo!

Finjo estar engasgando enquanto tusso e pego rapidamente meu elástico e prendo o cabelo. Eles continuavam com as bocas entreaberta e sem dizer mais nada saio de lá sem transparecer incômodo. Que cena mais constrangedora...

(...)

O dia passou correndo e fiquei até anoitecer porque tive que resolver alguns assuntos pendentes. A cidade está cheia de crimes e os trabalhos não param de aumentar. Pena que o salário é pouco...

— Sempre aqui!? — Ergo o rosto e vejo Paolo. Ele foi o chefe dessa delegacia, mas hoje é um dos guardas militares do presidente. Se não fosse um homem tão arrogante e cínico diria que é lindo porque ele é dono de um corpo másculo e bem definido. Seus olhos castanhos claros são chamativos. Seu look de barba por fazer o torna uns anos mais velho e sua bunda é gostosa.

— O que o trás aqui? — Pergunto séria e volto minha atenção para o papel.

— Vim trazer uma carta dos Serviços especiais de investigação. Estão precisando de um espião. — Ele fala cínico e enfia suas mãos no bolso de sua calça Jeans larga. Estava usando uma camisa azul amarrotada. Seus cabelos estavam bagunçados e o suor fazia com que colasse cabelos em sua testa.

Paolo me entrega um envelope e pego _ Aí tem fotos da pessoa que você deve pescar..._ Ele fala com um sorriso de canto no rosto e ergo uma sombrancelha.

Abro o envelope e vejo fotos de um homem muito alto e corpulento. Havia várias fotos, uma em que ele entrava no carro, outra que caminhava pelo parque de estacionamento e outra que me chamou atenção, ele estava parado com óculos escuros no rosto. Usava um terno bem elegante. Seu rosto estava sério, não consegui ver bem sua beleza porque estava usando óculos escuros, mas notava-se que é muito alto e atraente.

— Quem é? — Pergunto observando a foto.

— Vire a foto — Viro a foto e vejo o nome desse homem Ettore Guerra.

Trinco o rosto e olho para ele séria sem dizer uma só palavra .

Não acredito, eles me põem de lado e agora querem me chamar para me matar? Aquele homem é o chefe máfia Italiana. Há anos que a polícia tenta acabar com ele e não conseguem!

— Precisamos de uma mulher linda e corajosa como você. Se aceitar, começa mesmo amanhã... Mas se não, procuraremos outra.

Eles sabem muito bem que eu não nego desafios! Jamais negaria! Mas não vou facilitar!

— O que eu ganharia com tudo isso?

— Remunerações intermináveis! Títulos!

— Estou me cagando para os títulos! — digo— quando quis vocês viraram as costas pra mim!

— Nós sabemos que não estavas preparada! — ele olha para o nada, como se estivesse a pensar em algo obscuro que já fizera — você tem sorte de ter saído!

— Ah! Me poupe!

— Então, estás dentro? — fico em silêncio— sabemos muito bem que não és do tipo que foge missões...

Então, com muita determinação, Respondo firme:

— OK! — suspiro — Qual é o plano?

Ele sorri de canto e senta na cadeira frente a mim — Escute com atenção...

Continua...

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