— Maldito! Por que fez isso?
A raiva dele enegrecia o ambiente, enchendo-o de ódio. Seus olhos escarlates brilhavam furiosos, mostrando o que todo o seu corpo sentia. Seus dentes pontudos e afiados estavam prontos para atacar uma presa inexistente – embora nunca fossem capazes de atingir o seu adversário, o responsável por aquela raiva descontrolada. O causador da sua desgraça não se importava com o acesso de ódio que se desencadeava à sua frente. Mesmo que houvesse inúmeros ataques, nada o faria reverter a situação.
— Se eu não o fizesse, você colocaria o mundo em risco! – proferiu firmemente. — Não percebe o mal que causaria? Não pode quebrar a ordem já existente!
Nojento.
— Pois saiba que, se preciso, irei até o inferno à procura do escolhido! – ameaçou o Maldito, colérico. — E tenha certeza que irei encontrá-lo!
— Tente! Atravessará séculos, milênios, mas nunca irá desfazer o que já foi lançado. E não ponha a sua esperança em um ser que provavelmente nunca existirá.
— Espere para ver, então. Espere e verá.
O Maldito se levantou com dificuldade, saindo da sala assim que conseguiu se manter em pé. Desapareceu desde então, perdendo-se na imensidão dos séculos. Talvez sempre à procura daquele que quebraria a maldição que lhe fora lançada.