Grace
Na manhã seguinte, saí do quarto vestindo outra peça que Alma me enviara: uma saia lápis cinza combinada a uma blusa branca. Diferentemente da tentativa anterior, a roupa se moldava ao meu corpo sem o aperto doloroso que quase me sufocara.
Perdida em reflexões pouco claras, desci a escadaria. Somente despertei quando reparei em Alma, postada ao pé dos degraus, a me observar.
— Grace. — Alma chamou-me e inclinou a cabeça. — Vi a respeito de sua irmã no noticiário.
Meu corpo petrificou no penúltimo degrau. Os olhos de Alma permaneciam dóceis, porém neles residia a vigilância que se instalara desde que descobrira minha verdadeira identidade.
— Eu...
— Eu não sabia que haviam feito algo semelhante com você antes. É por isso que está hospedada aqui conosco? — Interrompeu-me, ignorando o que eu pretendera dizer.
Senti o rosto aquecer. — Hum... Sim, Alma. Porém, como expliquei, é algo temporário e...
— Não me importo, Grace. Esta casa é suficientemente ampla para que não nos encontremos