Ethan

E se…

E se a criança fosse minha?

Meu corpo ficou rígido enquanto eu permanecia diante da janela que ocupava toda a parede do escritório, lançando um olhar sombrio ao jardineiro responsável pelas flores.

Aquelas rosas vermelhas eram as preferidas de Grace. Eu detestava seu perfume. Mas por ela, não hesitei em encher todo meu jardim com elas.

Mesmo assim, ela me traiu. Enganou-me. Mentiu para mim.

Mas e se…

A criança fosse minha?

Minha garganta se apertou. O olhar frio de Grace relampejava diante dos meus olhos. Aquela mulher, naqueles dias, mais parecia uma raposa selvagem do que a gatinha fofa de antes.

Como ela teve a audácia depois de tudo que fez comigo?

Ela não teve vergonha nem sentiu o menor remorso por suas ações.

Então como poderia acreditar, nem por um segundo, que as lágrimas que ela derramava e o modo como afirmava que o bebê em seu ventre era meu não passam de mentiras também?

A governanta relatou, de fato, que ela tomava as pílulas todas as manhãs com rigor.

Mas eu