Evelyn
A luz foi a primeira coisa que me atingiu. Branca demais. Forte demais. Doeu antes mesmo de eu entender que estava acordando. Pisquei, tentei fechar os olhos de novo, mas alguma coisa dentro de mim insistiu em ficar ali, naquele meio-termo confuso entre o sono e a realidade.
Havia alguém ao meu lado. Eu sentia a presença antes de conseguir enxergar.
— Você está no hospital — disse uma voz masculina, calma, próxima. — Consegue me dizer como está se sentindo?
Minha garganta estava seca, a língua pesada. Forcei os olhos a se ajustarem, o mundo girando devagar até finalmente ganhar contorno. Vi um homem ao meu lado, desconhecido, com expressão atenta demais para ser um médico.
— Hospital…? — minha voz saiu rouca, quase um sussurro. — Quem é você?
Ele respirou fundo, como quem escolhe as palavras com cuidado.
— Meu nome é Asher. Você sofreu um acidente. Fui eu quem chamou a ambulância. Um parente seu está a caminho.
Meu estômago se contraiu.
— Não… — balancei a c