A mesma mãe que chorou na TV que queria justiça pela morte do filho, a mesma mãe que gritou para o mundo a sua dor, essa mãe desolada, agora me ameaça com uma arma, porque está mais interessada no dinheiro.
Alguma coisa não encaixa.
Lentamente, com o pé se movendo quase imperceptivelmente, pressiono o botão de emergência que tem presente perto de todas as mesas do tribunal, como nas paredes laterais e próximo das portas. Mapeio o lugar tentando compreender de onde virá o reforço e me preparo para distrai-la enquanto espero.
— Senhora, seu filho foi brutalmente assassinado... como pode desistir da justiça dessa forma?
— Não interessa, nada trará meu filho de volta...
— Senhora...
Ela me interrompe aos berros.
—Eu preciso do dinheiro, está legal? Estou devendo até a alma para umas pessoas barra pesada, e prometeram me matar e a minha família se não pagarmos.
— Mãe... — A mocinha que até então estava encolhida, se pronuncia. — Como... do que a senhora está falando? Devendo o que para que