Capítulo 5

Pablo

Que dia, eu estava morto! As mulheres não saíram do meu pé, também “carne nova” no pedaço.

Na verdade nenhuma delas me reconheceu, mas sei que muitas delas já me viram dançar, por isso que é bom esconder o rosto.

Pra elas eu sou o empresário recém chegado, podre de rico que adora esbanjar dinheiro.

Mas a Graziela sabe que eu não sou nada disso, e aquela garota também sabe, as únicas que sabem quem eu realmente sou, bom, parte do que sou.

Ah aquela garota, ela me instiga, ela desperta em mim uma vontade de jogar com ela, de provocá-la, de vê-la toda nervosa e sem jeito na minha frente, sem falar que, ela é linda demais, é aquela garotinha intocável, delicadinha, que me deixa louco pra experimentar, já que nunca fiquei com uma puritana assim.

Esse jogo me instiga e eu vou continuar jogando até ela cair na minha conversa, sei que posso fazer ela ficar rendida aos meus pés, eu sou bom demais nisso, e vou fazer, ela é quem vai pedir pra eu a beijar, ela é que vai pedir pra mim a levar pra minha cama, e não importa se ela tem namorado, se tem noivo, eu não estou nem aí, quando eu começo uma coisa, eu termino, não importam os obstáculos.

Depois de um tempo esperando, meu amigo Nicolas veio me buscar de carro, e fomos pra Mansão.

— Caraca, passou o dia inteiro fora hein mano… disse ele.

— O dia foi chato vou te falar, mas teve partes interessantes… eu disse.

— Tô sabendo que a coroa te contratou por um ano, já tá sabendo disso? Pergunta ele.

— Não, mas agora o que ela disse faz sentido, ela disse que eu estaria em todos os eventos com ela, formais ou informais… eu disse.

— Tá ligado que isso vai custar uma grana preta não tá? Disse ele todo animado.

— Eu imagino, isso é bom demais pra mim, com esse dinheiro eu vou ficar podre de rico.

— A Kathe vai te explicar melhor quando chegarmos lá, eu só ouvi por alto, ela estava ao telefone com a coroa… disse ele.

Alexia

Depois que chegamos em casa, eu fui pro meu quarto, tomei um bom banho quente bem demorado, coloquei o meu pijama, prendi os cabelos em um coque, tirei as lentes e coloquei de volta meus óculos, sentei em frente a minha mesa e abri o meu notebook, precisava organizar as coisas pra amanhã, a semana começa e eu tenho que trabalhar, trabalhar muito pra ver se eu esqueço essas coisas que aconteceram nesse final de semana louco.

Eu trabalho com edição de fotos, eu edito as fotos para revistas e sites, cuido de todo o processo pra que as fotos saiam Photoshop puro, quando na real, não é nada daquilo.

Eu ia começar a organizar as coisas quando Leandro me chamou no Skype.

— Oi amor! Digo atendendo sorridente.

— Oi princesa, como você está linda! Disse ele sorrindo também.

— Que nada, eu tô toda desarrumada, você que está lindo, aonde vai a essa hora? Eu perguntei, ele estava de terno, super lindo, ai que saudades do meu amor.

— Eu vou a um jantar em Los Angeles, mais um negócio prestes a ser fechado, eu e seu pai estamos trabalhando muito, quase não paramos no Hotel… diz ele.

— Imagino meu amor, eu só queria estar aí com você… eu disse e fiz bico.

— E eu daria tudo pra você estar aqui, mas você fechou contratos importantes com várias revistas, e não pode perder essa oportunidade… disse ele.

— Eu sei, eu sei… só por isso mesmo… eu disse.

— E aí, como foi o casamento? 

— Foi lindo, eu chorei do início ao fim amor, só imaginando quando chegar o nosso dia, não vejo a hora… eu digo.

— E eu também… quando tiver ideias pra decoração, bufê, e as outras coisas me manda por email, eu te ajudo, quero fazer parte disso também e não deixar tudo pra você resolver sozinha… disse ele.

— Claro meu amor, eu mando sim, amanhã mesmo vou começar a pesquisar algumas coisas… eu disse.

— Tenho que ir meu amor, já estou atrasado, eu te amo, estou morrendo de saudades! Disse ele mandando muitos beijos.

— Eu também te amo Lê, se cuida! Te amo! Eu disse e mandei beijos também e ele desligou.

Não tinha nem mais ânimo, depois dessa chamada de vídeo fiquei melancólica, ele estava tão lindo, e aquele sorriso encantador que ele tem, ah meu Lê, você aí dando passos pro nosso futuro juntos, e eu aqui deixando um prostituto me causar sensações diferentes, que ódio de mim mesma.

Eu já disse que tenho que ficar longe desse homem, e pode me trazer um milhão de problemas, pra ele isso é um jogo, pra mim, pode custar a minha vida inteira junto do homem que eu mais amo nesse mundo.

Mas ele não vai conseguir, se é isso que ele quer, não vai mesmo! 

Eu sou forte, eu aguento um ano, eu aguento quantos forem preciso, mas eu não vou desistir do meu Leandro, nem da nossa vida juntos. 

Alguns dias depois… Pablo.

— Acorda malvadão… diz Katherine acariciando meus cabelos, abro os olhos devagar.

— Bom dia! Já levanto subindo por cima dela e fazendo seu corpo cair na cama novamente.

— Aí! Me solta! Diz ela com as mãos apoiadas em meu peito.

— E porque? Pensei que ficaríamos na cama o dia inteiro hoje… eu disse beijando seu pescoço, descendo pro seu ombro.

— A sua cliente fiel está solicitando a sua presença, estimado empresário… disse ela rindo.

— Atah, a coroa, e hoje vamos pra onde? Pergunto.

— Acho que é um clube, sei lá, onde as mulheres vão pra fofocar e os homens vão pra fumar e apostar em jogos de azar.

— Sei… esse rolê parece bom, tudo bem, eu vou… eu digo me levantando.

— Essa mulher, ela te oferece dinheiro pra você ir pra cama com ela? Pergunta Kathe.

— Não, nunca me ofereceu… eu disse indo pro banheiro, entro no box e ligo o chuveiro deixando a água cair na cabeça.

— E se ela oferecer? Você vai aceitar? Pergunta ela.

— Eu posso ter a cara, mas eu não sou mais um prostituto Katherine e você sabe disso… eu digo me ensaboando.

— Não sei, você está sempre maluco por grana e ela pode te oferecer mais do que ela tá pagando pra você ser só o acompanhante dela, o famoso Lorenzo Bergamini.

— Eu já te disse que eu não faço esse tipo de trabalho, o lance dessa coroa é se mostrar pras amigas dela… digo e saio do banho, pego uma toalha e vou me secando… ela gosta de se mostrar, com as melhores roupas, melhores jóias, essas coisas, e claro, ela quer um cara bonito do lado dela pra fazer inveja, e eu sou o cara bonito da vez… digo secando meus cabelos.

— Você é tão convencido Pablo… diz ela revirando os olhos… eu espero que você esteja falando a verdade, porque se um dia, você se deitar com outra, eu acabo com a sua vida, e tô falando sério… disse ela e eu gargalhei.

— Nossa, que menina perigosa, eu gosto assim, desse jeito… digo e pisco pra ela.

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