MILDRED
Eu me sentia extremamente vulnerável e concluí que era exatamente aquilo de que precisava naquele momento. Morpheus não tentou retirar minha mão. Ao contrário, segurou-a com firmeza. Senti faíscas subirem do ponto onde nossas mãos se uniam e percorrerem minha corrente sanguínea. Meu pulso vibrava, mas aquilo não tinha nenhuma relação com a corrida que havíamos feito.
— O que aconteceu com o animal? — Perguntei.
— Eu o deixei desacordado, mas aposto que ele já acordou antes que a gente conseguisse voltar.
— Ele não vai nos caçar?
— Não. Eu o levei direto para a minha armadilha e tenho certeza de que agora está preso.
— Isso foi muito estratégico e ótimo. — Olhei para o lado dele e vi o rasgo em seu braço. — Seu braço…
— Não se preocupe com isso. Eu vou me curar.
Não pude evitar a sensação de que Morpheus parecia um pouco tenso. Inspirei fundo e voltei o olhar para o teto da tenda, buscando um pouco de calma.
— Sinto tanta falta da minha família. Sinto falta do meu irmão e do meu