Inicio / Máfia / Os Gêmeos do DIABO / Capítulo 5 —O paraíso maldito...
Capítulo 5 —O paraíso maldito...

Capítulo 5 —O paraíso maldito...

Narrador:

— Sempre fui boa com frases curtas — respondeu Sofia, com uma voz fraca que escondia a eletricidade que percorria seu corpo.

Renzo soltou uma risada baixa e rouca, que vibrou em seu ouvido.

— Sim, mas essa não é curta. Essa é provocação.

—E daí? —ela arrastou a voz, desafiadora —Doeu quando alguém ousou apontar uma arma para você?

—Não doeu. —Seu tom ficou mais grave, mais próximo —O que senti foi outra coisa... uma excitação brutal, algo que ainda está mexendo com minha cabeça.

Sofia sorriu para si mesma, recostando-se na cadeira.

—Claro, eu entendo, não é todo dia que você encontra alguém que te beija com uma arma na mão.

Renzo soltou um murmúrio, cheio de ironia.

—Não é todo dia que alguém aponta uma arma para o meu rosto sabendo que eu sou Renzo Santini... o Italiano. Você sabia exatamente quem eu era. E, no entanto, eu não sei quem diabos você é.

As palavras soaram como uma reprovação, mas sua respiração pesada revelava outra coisa. Sofia fechou os olhos por um instante, apreciando a brecha que havia aberto nele.

—Talvez seja esse o ponto.

—Não me enrole, garota —ele resmungou, com voz rouca—. Você me beijou como se me conhecesse há toda a vida.

E agora você me deixa com essa intriga...

Ela deixou um silêncio delicioso se estender antes de responder, com um tom tão suave que parecia um toque na pele:

—Ok, você está certo, pelo menos devo lhe dizer meu nome... —suspirou —é Vanya.

Renzo repetiu o nome, devagar, saboreando-o.

—Vanya... —houve um tom de risada sombria em sua garganta— Parece mentira.

—Talvez seja. —O sorriso de Sofia se curvou em seus lábios, embora ele não pudesse vê-lo— Mas é a única coisa que você vai ter, por enquanto.

Renzo estalou a língua e, por um instante, parecia mais um gemido contido do que um gesto de irritação.

—Você me deixa com fome, Cara mia. —Sofia derreteu com essa frase, mas se obrigou a manter a compostura.

—A fome mantém os homens acordados. —Ela baixou a voz para um sussurro, sensual e venenoso —E se você realmente quer saber quem eu sou... vai ter que merecer.

Ele soltou uma risada rouca e perigosa.

— Você está me desafiando?

— Não — disse Sofia, com uma calma que queimava — Estou te avisando.

Houve um silêncio carregado, como se ambos estivessem medindo o quanto podiam arriscar antes de explodir. Finalmente, Renzo falou, mais baixo, quase como uma promessa.

— Não vou demorar muito para te encontrar e você sabe disso...

A linha caiu. Sofia baixou lentamente o telefone, com um sorriso torto nos lábios e a adrenalina ainda vibrando em seu sangue. Mateo a observava fixamente, com a testa franzida, a garrafa esquecida na mão.

—Você está brincando com fogo, Sofi —murmurou ele— E o pior... é que parece que você quer se queimar.

Ela olhou para ele, seus olhos brilhando com aquela centelha perigosa que misturava desejo e condenação.

—Eu cresci no inferno, lembra? Não vou me queimar.

Mateo não tirava os olhos dela, ainda com a testa franzida.

—Aquele cara não vai parar até te encontrar, Sofi. Eu ouvi.

E se você não tomar cuidado, ele vai te encontrar antes que você queira.

Ela girou o telefone entre os dedos, como se brincasse com fogo sem medo de se queimar.

—Ele não vai conseguir...

—Claro que vai conseguir —insistiu ele, adiantando-se —Basta rastrear esta ligação, qualquer um com recursos faria isso.

Sofia sorriu calmamente, aquele sorriso que sempre gelava o sangue de Mateo.

—Não, Mat. Este telefone tem um código anti-rastreamento. —Ela o ergueu na frente dele, como se estivesse mostrando a uma criança teimosa. —Quando eu quiser que ele me encontre, eu o desbloqueio. Enquanto isso... ele pode me procurar até a morte, que não vai me encontrar.

Mateo balançou a cabeça, incrédulo.

—Você brinca com ele como se fosse um brinquedo, mas ele não é, Sofi. É Renzo Santini.

Ela tomou um gole da garrafa e olhou diretamente nos olhos dele, com um brilho intenso.

—É exatamente por isso, Mat. Você não entende? Eu o estudei todos esses anos, sei que ele não esquece uma mulher que o desafia. E eu... vou me tornar sua obsessão.

Mateo suspirou, recostando-se no encosto, com aquela mistura de medo e orgulho que só ela sabia provocar nele.

—O pior de tudo é que eu sei que você vai conseguir.

Renzo Santini jogou o copo contra a parede. O vidro se estilhaçou contra o mármore, o uísque escorreu como sangue sobre a pintura. Ele respirava com dificuldade, ainda com o eco da voz dela ressoando em seus ouvidos.

—Vanya... — repetiu em voz baixa, como se provasse um veneno na língua.

Seu braço direito, Marco, entrou sem avisar, acostumado a lidar com as explosões do chefe.

— O que aconteceu?

Renzo olhou para ele, com os olhos em chamas e um sorriso torto.

— Uma mulher entrou na minha vida como se nada fosse... e agora está com toda a minha cabeça uma merda.

Marco franziu a testa.

— A desconhecida da festa?

— A mesma — Renzo assentiu, andando de um lado para o outro como um animal enjaulado — Ela se chama Vanya. Não sei se é um nome verdadeiro ou um pseudônimo, mas quero que você a encontre.

Marco hesitou por um segundo.

—Vou tentar, mas não tenho muito com que trabalhar...

Renzo parou de repente, fixando-o com o olhar.

—Você vai encontrá-la, Marco, não há discussão sobre isso, você sabe disso, eu mando e você obedece —Sua voz baixou, áspera, quase sensual —E eu a quero sã e salva, pois ela vai acabar na minha cama.

—Ele passou a língua pelo lábio ferido, lembrando-se do beijo, da mordida, do sangue. Uma mistura que corria por suas veias como uma droga pura. —Procure essa tal Vanya em cada câmera, em cada lista de convidados, em cada sombra dessa maldita festa. Se ela existir, vou tê-la diante de mim novamente. —Marco assentiu, saindo imediatamente. Renzo ficou sozinho, acendendo um cigarro, com o olhar fixo na escuridão da janela. —Você brinca de gato e rato comigo, ragazza... —murmurou, expelindo a fumaça —Mas o gato sempre vence.

Sofia levantou-se, deixou a garrafa no chão da cobertura e sacudiu a poeira da roupa, como se com esse gesto também tirasse o peso da confissão.

—Já chega por hoje, Mat —disse ela, com uma firmeza que não admitia réplica—. Fique aqui com suas fórmulas e eu deixo a cerveja barata para você. Eu preciso pensar.

Mateo a seguiu com o olhar, preocupado, mas não disse mais nada. Ele sabia que quando Sofía encerrava a conversa, não havia volta. Ela lhe deu um beijo rápido na bochecha, um gesto que em qualquer outra pessoa seria ternura, mas nela era quase um lembrete de que, apesar de tudo, ele continuava sendo a única coisa que a ligava a algo parecido com um lar.

—Cuide-se, irmãozinho —murmurou antes de se virar.

Desceu as escadas com passos firmes, atravessou a rua e pegou o carro que havia deixado estacionado. Dirigiu sem olhar para trás, direto para o centro da cidade. A cobertura a recebeu como sempre: com o elevador privado que se abria diretamente para o interior, uma vista panorâmica de luzes e ruas agitadas, e o silêncio perfeito que só era interrompido pelo barulho de seus saltos no piso de mármore. Sofia tirou o casaco e o deixou cair sobre uma poltrona. Jogou o telefone descartável sobre a mesa de vidro e se deixou cair no sofá, com a cabeça para trás. Fechou os olhos e sorriu levemente, ainda com o eco daquela voz rouca perseguindo-a.

—Renzo Santini... —sussurrou, saboreando cada sílaba —sua voz rouca sempre soa deliciosa aos meus ouvidos... E beijar você... porra, beijar você foi o paraíso.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP