Camille
Carmen já estava à minha espera no momento em que o carro parou na entrada da mansão.
Seu semblante, geralmente firme e composto, agora parecia carregado de preocupação. Não houve perguntas, nem explicações. Ela simplesmente se aproximou, envolvendo meus ombros com um gesto acolhedor, e me guiou até o quarto que compartilhava com Javier.
O peso daquele dia parecia se dobrar sobre mim a cada passo que dava.
Assim que entrei, a figura do Dr. Xavier já estava presente. Era um homem calvo, de feições gentis e um olhar profissional, que me analisava como se eu fosse uma de suas pacientes há anos. Apesar de robusto, seus movimentos eram incrivelmente precisos, quase delicados. A cada toque, fazia questão de ser o mais cuidadoso possível, uma tentativa evidente de minimizar minha dor.
— Vai sentir um pouco de desconforto, mas prometo que farei o mais rápido possível — ele disse, em um tom reconfortante.
Assenti em silêncio, fechando os olhos enquanto ele trabalhava. O toque frio de s