Cadu
O sol já estava se pondo, um espetáculo de cores que eu não conseguia apreciar. A beleza daquela mistura de laranja e vermelho era ofuscada pela escuridão que me consumia por dentro. Verônica tinha me dispensado, e eu ainda não conseguia entender o motivo. Só conseguia me sentir insignificante, um mero detalhe na vida dela. Como se eu fosse um copo descartável que ela usa e joga fora.
O jogo de vôlei que sempre me animava, agora era algo irrelevante. Eu estava encostado na rede, assistindo as ondas quebrarem na areia e perdido em meus pensamentos, quando Emilly se aproximou.
— Cadu, o que foi? Você está estranho. — ela parou ao meu lado.
— Nada. — respondi, mas minha voz saiu sem convicção. Eu não consegui esconder o quanto estava frustrado.
— Ah, não… pode parar! Não me venha com essa de que não é nada, porque eu sei que está acontecendo alguma coisa. — ela insistiu, mas eu continuei em silêncio, olhando para o mar. — Por acaso esse seu mau humor tem algo a ver com a Verônica?