Farpas à mesa

Eu sabia que aquele silêncio não era paz. Era só o intervalo entre uma tempestade e outra.

Bridget continuava fingindo interesse no café, mas a tensão nos ombros dela dizia o contrário. Maxwell, sentado ao lado, girava a colher na xícara como se fosse uma lâmina afiada.

— Então, Maxwell… — falei, encostando-me na cadeira — como é que é… cuidar da mulher dos outros?

Ele parou o movimento. Só parou. E me olhou como quem mede o peso exato da provocação antes de reagir.

— Eu não cuido de ninguém que não queira ser cuidada — respondeu, com a voz calma demais.

Bridget pousou a xícara com força na mesa. — Chega, Andrew.

— Chega? — sorri sem humor. — Acha mesmo que vou ficar aqui, tomando café da manhã com o meu substituto, como se nada tivesse acontecido?

— Você não sabe de nada — ela rebateu, os olhos faiscando.

— Sei que você sumiu da minha vida e… — olhei para Maxwell — caiu nos braços do meu… tiozinho preferido.

Ele inclinou-se levemente para frente, com os cotovelos na mesa. — Cuidado
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