ARIA
O sol já começa a se pôr quando finalmente terminamos de recolher as últimas decorações da pequena festa. Os convidados já se foram, Julian dorme abraçado a um dos brinquedos que ganhou e o som da natureza preenche o ar com uma tranquilidade reconfortante. Alexandro permanece ao meu lado, segurando algumas caixas vazias, mas parece mais interessado em me observar do que em qualquer outra coisa.
— Você está bem? — ele pergunta com a voz baixa, quase um sussurro, como se tivesse medo de espantar minha calma.
Eu me sento na beirada do deque e balanço levemente a cabeça, tentando processar tudo o que sinto.
— Estou cansada… mas é um cansaço bom. Julian estava tão feliz.
Ele se senta ao meu lado e por um instante permanecemos em silêncio. O tipo de silêncio que, meses atrás, teria sido incômodo, mas agora se tornou quase necessário como uma ponte entre tudo que fomos e tudo que talvez ainda possamos ser.
— Aria. Ele diz, quebrando o silêncio com hesitação.
— Eu sei que não tenho o di