Herança de Esperança
Aria.
A brisa da manhã é suave e perfumada com hortelã e manjericão.
Caminho descalça pelo jardim do resort, sentindo a terra fresca sob meus pés.
Julian corre adiante, o cabelo voando, rindo enquanto persegue borboletas que parecem dançar só para ele.
Alexandro me observa de longe, apoiado no parapeito de madeira da varanda, como quem ainda precisa se convencer de que esse momento é real.
E eu o entendo.
Eu também às vezes acordo no meio da noite esperando reencontrar a solidão.
Mas a realidade agora é outra.
Quando me aproximo, ele estende a mão, como faz desde que me reencontrou.
É um gesto simples, mas cheio de significado.
Eu a seguro.
— Ele está diferente. Comento, olhando Julian, que agora tenta construir uma pequena casa com pedras.
— Mais feliz, mais seguro.
— Porque ele sente que estamos aqui. Juntos.
Alexandro sorri, e aquele sorriso ainda me tira o fôlego, mas agora, com um misto de gratidão e tranquilidade.
Silêncio. Daqueles bons, que acolhe