Na aldeia de Ísis, dona Nira havia organizado uma reunião. Uma fogueira queimava no centro da praça, os aldeões se amontoavam em volta dela. O centro da atenção naquele momento era dona Nira que contava a todos sobre o desaparecimento da neta mais nova. Ao fim da história pediu que os aldeões que estivessem dispostos a ajudar na procura da garota, levantassem sua mão.— Argos, pode por favor contar as mãos levantadas? - Nira pediu. Argos estava parado um pouco atrás da anciã, assim como sua irmã, Ísis e o guerreiro Zorak.Argos entrou na multidão e começou a contar as mãos levantadas. Ao se aproximar de Nira ele falou em seu ouvido e voltou para sua posição.— Pois bem! - Nira disse ao público. - Temos um bom número de voluntários e agradeço a todos vocês. Iremos dividir em grupos. Para que sempre tenha alguém procurando em todos as áreas possíveis e em todas as horas do dia. Não será permitido a saída durante a noite. Não queremos perder mais ninguém. A segurança da aldeia será refor
Antes da primeira luz do Sol, Ísis já estava pronta para sair. Ela iria no primeiro grupo de busca. Ela não precisava ir, na verdade seu dever era ficar para o revezamento da guarda da aldeia. Na volta ela assumiria seu posto, mas não podia simplesmente largar a busca por sua irmã nas mãos dos outros. Sendo assim, já armada e preparada, Ísis esperava o grupo iniciar a busca. Eles iriam verificar a área onde supostamente Kiara teria desaparecido. Ísis ainda tinha a imagem do cesto caído e isto a afligia de uma forma assustadora.Finalmente eles iniciaram a busca. A floresta era sempre desértica. Principalmente naquele lado onde o acesso era mais difícil. E mesmo assim ela mal havia entrado na parte gramada mais abaixo quando ouviu som de cavalos e uma conversa baixa. Ísis fez sinal para que todos se escondessem na floresta e assim todos se espalharam escondendo-se atrás de árvores e arbustos, pedras ou qualquer coisa que pudesse ocultar a presença deles. Os sons aumentavam, e no momen
Emma Collins observa a lua cheia brilhando intensamente no céu noturno, seu coração pulsando em compasso com o poderoso satélite. Ela sempre soube que havia algo de extraordinário dentro de si, uma força ancestral que clamava por liberdade, e com seu aniversário chegando, esse sentimento parecia ganhar força. Porém, não fazia ideia de que sua vida estava prestes a se entrelaçar com segredos épicos e uma missão que abalaria o próprio tecido da realidade.No silêncio da noite, um sussurro suave chega aos seus ouvidos, uma voz feminina que ecoa em seu ser, convocando-a para o despertar de seu destino e para o enfrentamento do mal que ameaça engolir a humanidade. Em meio a um turbilhão de emoções e incertezas, Emma tenta entender o significado desses sentimentos.Ela está sozinha em um pequeno morro, observando a lua linda e brilhante acima de si. Com a chegada de seu aniversário de 18 anos, ela começa a se sentir cada vez mais atraída pela lua e não sabe o motivo. A lua está alta no céu,
A festa já estava começando e Emma foi em busca de seus primos e namorado. Logo os encontrou perto da fogueira. Yanni, seu primo mais novo, estava sentado, quase deitado, apoiado pelos cotovelos e gargalhando como louco. Ela sentiu vontade de rir só de velo daquele jeito. Arion, seu primo mais velho, estava sentado com as pernas cruzadas e olhando com um rosto sério para seu irmão. Julian estava mexendo na fogueira, o que exatamente ele estava fazendo ela não sabia, mas parecia que fora ele quem a acendeu pouco tempo atrás.— Posso saber o motivo de toda essa alegria? - Ela perguntou e colocou as mãos na cintura.— Quem é você? - Yanni perguntou. - Você é muito bonita, minha prima não é bonita desse jeito.— Deixa de ser idiota, Yanni. - Ela disse enquanto sentava de frente para os primos. Não demorou muito e Julian ocupou o lugar ao lado dela.— Você vai sujar o vestido. - Ele disse.— Também não é assim, não é, Julian. - Ela disse com uma expressão séria no rosto.— Eu só disse. - E
Emma se sentou na cama com um susto. O coração estava acelerado, sua camisa branca de dormir estava grudada ao corpo devido ao suor, seus cabelos estavam uma bagunça. Ela olhou para o lado e viu apenas o cabelo grisalho da sua avó espalhados no travesseiro da cama improvisada ao lado da sua.A jovem se levantou, o coração ainda batendo forte, a sua garganta estava seca. Ela foi até o jarro com água que ficava na cômoda do quarto e bebeu dois copos para saciar a sede. Parecia que tinha corrido do morro onde sonhara que estava há poucos minutos até seu quarto. Se sentou na cama e se lembrou do sonho, parecia tão real, não parecia um sonho comum que à medida que o tempo passa as lembranças vão sumindo, mas parecia que a cada minuto que passava a cena se reproduzia com mais detalhes em sua mente, como se ela tivesse vivenciado aquilo de verdade.Emma se deitou mas não conseguiu adormecer novamente por muito tempo, pensando sobre o sonho."Será que significa alguma coisa? Mas o quê? Por qu
— Quem é você? - Emma perguntou.— Quem sou eu, não importa, salvei sua vida. - A estranha respondeu.— Obrigada.— Meu nome é Isis. - A estranha suspirou impaciente. - Moro em uma aldeia do outro lado da floresta. Antes que você pergunte, eu estava aqui caçando, ou tentando. Vocês espantaram qualquer possível caça. - Fez uma cara de desgosto. - Então, quem são vocês?Emma analisou a estranha. Não tinha como saber se ela era de confiança, mas salvara sua vida. E também, o que eles estavam fazendo de tão importante ali? A garota deveria ter a sua idade, se fosse mais velha seria no máximo um ano. Seu cabelo era loiro platinado e trançado até abaixo da cintura. Ela era bonita e tinha um ar superior e confiante.— Eu sou Emma, esses são meus primos Arion e Yanni, e este é meu namorado Julian. Antes que você pergunte, estávamos apenas explorando a floresta. - Isis a estudou com calma e falou finalmente.— O que vocês pegaram?— O quê? - Emma se espantou.— Vocês pegaram algo aqui na flore
Emma dispara para o mercado onde havia encontrado Ethan no dia anterior. O trabalho com seu pai; a aventura na floresta e a noite em claro não foram o suficiente para aplacar a curiosidade e ansiedade que a tomavam. Portanto, antes que mais alguém na casa despertasse, além dela mesma, a jovem pegou o cavalo e foi de encontro ao único que poderia aplacar ao menos um pouco aqueles sentimentos.Ao chegar, ela caminha pelo mercado, seu olhar atento à procura de Ethan. Seu coração acelera quando finalmente o encontra, com um sorriso enigmático nos lábios.— Ethan! Que bom te encontrar novamente! Senti que precisava voltar aqui, algo me chamava de volta.— Emma, fico feliz que tenha seguido essa intuição. Eu tenho novidades para você. Encontrei algo sobre um objeto antigo, um medalhão ancestral, bem parecido com esse que você tem - Ethan apontou para o objeto que Emma recebeu de presente de sua avó no dia de seu aniversário - que pode estar diretamente ligado à sua busca por respostas.— Um
Alguns meses depois de receber de presente o amuleto de família, Emma já havia aprendido os padrões de seus sonhos. Eles ocorriam sempre por cinco dias na lua cheia, na noite do auge da lua e dois dias antes e dois dias depois. Ela agora estava se preparando para ir para a casa de sua avó, pois era aniversário dela e a jovem passaria a semana em sua casa. A viagem a estava deixando mais ansiosa do que costumava deixar nos anos anteriores, dessa vez a garota tinha algo a mais. Na conversa que teve com sua avó, no dia em que achou que a única explicação para tudo o que ela estava vendo fosse a loucura, sua avó disse algumas coisas que a tranquilizou: “— Querida. Sua mãe teve esses sonhos e eu também. Você não está ficando louca. Essa é uma pedra que está sendo passada de mãe para filha há várias gerações. Na primeira lua cheia que a recebi, tive sonhos como esses que você teve e sua mãe também. Depois os sonhos somem, devem ser lembranças de nossos antepassados. “Mas quando os sonhos