Victor se concentrou na barra, mas seus olhos, de vez em quando, desviavam para Rayra, enviando aquele sorriso cínico que a fez corar.
Mal ele terminou a primeira série, Dan se aproximou, com o semblante descontraído e amigável de sempre.
— E aí, cara! Voltou com tudo, hein? Faz tempo que não te vejo focado assim.
Victor largou a barra com um estrondo, limpou o suor com a toalha e respondeu, com a voz ligeiramente ofegante:
— Não dá para fugir para sempre, né? Voltar aos trilhos é preciso.
Rayra, que estava fingindo arrumar folhetos na recepção, travou no lugar. Sua audição estava aguçada, tentando captar cada palavra. Sentia o coração bater descontroladamente contra as costelas. As mãos suavam frio. Ela imaginava Victor, a qualquer momento, soltando a bomba:
“Ah, a Ray? Eu peguei ela ontem, ela não resistiu.” O pânico era paralisante.
Dan prosseguiu, casualmente:
— Ah, com certeza cara. Falando em voltar aos trilhos... a Ray está de boa contigo? Ela pareceu meio tensa hoje.
— Ficou