Ofélia mal conseguiu dormir e descansar, levantou cedo, lavou e escovou o cabelo, colocou um vestido longo, florido que era mais bonito, foi trabalhar apreensiva.
Chegou cedo na manhã seguinte. Carregava uma sacola simples com seu almoço, fones, carregador e o mesmo receio preso nos olhos. Dormira pouco, com o estômago revirado de ansiedade. Durante o trajeto de ônibus, pensava nos detalhes da casa, nos cômodos limpos demais, no silêncio sufocante. Tentava lembrar se deixara algo fora do lugar. Era obsessiva com ordem. Queria causar boa impressão. Precisava do trabalho.
Ao descer na rua larga e arborizada, ajeitou a saia longa do vestido e o cabelo. A câmera se moveu, como se alguém a esperasse. Como no dia anterior, não havia movimentação. Nenhum som de televisão. Nenhuma música. Apenas os pássaros e o peso invisível daquelas paredes brancas.
Ela tocou a campainha e esperou. A luz da câmera piscou. O portão, se abriu. Ela foi entrando , a faxina do segundo dia seria na parte da fren