capítulo 22

Narrado por Gustavo Henrique Oliveira Andrade

O motor do carro ronronava baixo na estrada de terra. Lorena dormia com a cabeça encostada na janela, o cinto atravessando o peito. O cabelo preso num coque desfeito, a pele pálida, mas serena.

Ela foi.

Sem barganha.

Sem cobrança.

Sem esperar mais do que a verdade que eu ainda nem sei se posso dar.

Eu olhava pra frente. Mas era como se estivesse olhando pra trás.

Pra tudo que me tiraram.

Pra tudo que ainda ia reconquistar.

O celular vibrava no console.

Mensagem recebida.

Aplicativo criptografado.

Número: desconhecido — mas eu sabia. Só podia ser ele.

Toquei na tela. Abri devagar. E ali estava:

> "Lugar: Marina do Flamengo.

Hora: 03h17.

No cais abandonado do lado leste."

(pausa)

> "Só vem com sangue no olho e silêncio na boca.

O resto eu te devolvo no aperto de mão."

Assinei embaixo com o olhar.

Fechei o celular.

Renan respondeu.

O mesmo filho da puta leal que me viu quebrar os dentes numa briga de boteco na faculdade — e limpou o sangue do
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App