— Mas ele é seu marido agora.
— E daí? Você sabe tanto quanto eu que esse casamento é de fachada.
— Sim, mas é como uma espécie de agradecimento, afinal, você o ajudou.
— Eu não sei. Não quero mais um motivo para falarem que dei o golpe do baú.
— Você não deu golpe nenhum.
— Eu sei disso.
— E vive dizendo que a opinião das pessoas não importa.
— Não importa mesmo.
— Então você vai fazer veterinária — disse calmo.
— Acho que esse golpe na sua cabeça foi mesmo forte...
— Por que está dizendo isso?
— Você me dizendo que a opinião das pessoas não conta? Só pode ter sido o golpe na cabeça.
— Eu estou muito bem.
— Tá...
— A gente vê isso quando você terminar a escola.
Concordei com a cabeça. Não vou discutir isso agora.
— Você está se sentindo bem?
— Só estou com um pouco de dor de cabeça.
— Quer que eu chame alguém?
— Não.
— Quer outra coisa então?
— Acho que meu travesseiro está muito baixo...
— Então vou pedir outro a enfermeira.
Guilherme segurou a minha mão antes que eu conseguisse ir.